A minha neta que ainda não nasceu
Pietra é o nome dela.
Mas ela não existe ainda.
Sim! Desde que a Letícia Borges me mandou essas fotos, eu estou em estado de choque.
Chorei, me emocionei, me vi escolhendo a tradução das “Mil e uma noites” que ela vai conhecer primeiro. Folguei meu coração ao lembrar que guardei a coleção do Monteiro Lobato de 1974… ufa! Pensei até na Barsa, que foi minha introdução ao mundo.
Mas depois… depois fui pensar em Platão para quem, o que existe, é o reflexo do Mundo das Ideias.
Então essa lindeza existe.
A Inteligência Artificial só nos faz ver como ela é … ou será? Ou seria?
Meu Deus! Se ela é essa, é passível de direitos? Se é passível de direitos, temos nós o direito de saber como ela será ou é? Ou seria?
Se a Inteligência Artificial é capaz de desenhá-la, quão distante essa Inteligência está de fazê-la?
Será o Segundo Deus?
Sofri, sofri muito.
Filosofia, direito, ética, religião, tecnologia! Um caldeirão.
Mas, na volta da frutaria de bairro que agora ando frequentando, só conseguia pensar em como será o cheirinho do pé dela, nas vezes que dividiremos a cama, que cantaremos juntas, que iremos fazer as unhas e pintaremos de vermelho, nas histórias do primeiro amor.
Importante será conhecer Cecília Meireles, passar fio dental, fazer agachamento, acreditar que as Moiras tecem em nosso favor, conhecer Tim Maia e muitas e muitas coisas.
Ainda não estou bem certa sobre a Inteligência Artificial, nem sobre Platão, nem sobre ética nesse recorte.
A Pietra foi desenhada por um app, mas já está nos nossos corações.
Seja bem-vinda, mocinha!
Venha quando tiver que vir.
Nós já a temos na ideia.
Driblando o futuro
Britz Lopes – Pietra, a neta de Renata – sou a tia-avó –, nos faz viajar num emaranhado de achismos; todos doidos, mas possíveis. Acrescentando serás: Nós, humanos, seremos obsoletos num futuro com contagem progressiva em alta velocidade?
Mas, sem nós, que pensamos com neurônios naturais, quem vai dar sequência à evolução dos laboratoriais? O Segundo Deus, como diz a autora-avó-de-neta-virtual?
Mais: existe Inteligência Artificial sem a Natural? Já deve estar em gestação. Enquanto isso, corto melanzana em fatias de meio centímetro para fazê-la alla parmigiana, coberta com Pecorino Toscano, o mais maravilhoso queijo do mundo – ela, a AI, é capaz de produzi-lo? E desafio essa figura do outro lado do computador a fazer melhor! Pietra deve, também, aprender a cozinhar tão bem como sua tia-avó. Porque a comida sempre vai vir da terra, nunca da sua network.
Aí vai a receita natural que a AI nunca será capaz de fazer! Será?
- Corte duas berinjelas grandes e saudáveis em fatias de meio centímetro.
- Deixe-as de descansar por meia hora com generosa pitada de sal salpicado.
- Passe na farinha de trigo, em ovo batido, na farinha de rosca e frite.
- Monte na travessa: camada de molho de tomate feito com pomodori pelati com alho e manjericão.
- Uma camada de melanzana, outra de pecorino ralado.
- E vai até que os ingredientes fiquem naquela dimensão, se deliciando um com o outro. Termine sempre com o pecorino.
- Leve ao forno e talhe um pão de fermentação natural para acompanhar.
Zero de artificialidade. Puro prazer! Buono appetito!
É emocionada que fala ? 👏👏👏👏👏👏
Nossa não tinha pensado assim tão profundo, mas não está longe …. Muito bom!!!!🙌🙌👏👏👏👏
Muito bom 👍
Delícia de leitura !
Renata,saudades de você!
Amei viu👏👏👏👏👏🫶
Renata,saudades de você!
Amei viu👏👏👏👏👏👏
Que bom!👏👏👏👏👏❤️
Razão e sensibilidade, de ambas. Que dupla! Delícia de ler.
Obrigada Dirce. Beijos pra você.
👏👏👏👏👏👏