A falência da justiça e a crença na impunidade
Hiram Souza — Amigos leitores. Como vocês se sentem ao ver nos noticiários que um casal, ao sair para passear de mãos dadas na manhã de um sábado ensolarado em São Paulo, maior cidade brasileira, em um bairro de classe média alta, foi assaltado e o marido morto por um assaltante? Como se sente a sociedade pagadora de impostos altíssimos que não tem segurança para passear na rua do seu bairro?
Daí, aparece, do nada, um marginal armado com um revólver, antigo objeto de segurança pessoal da população, e agora, proibido pela justiça brasileira, com a desculpa de que é “para a sua própria segurança.” Balela. Se a justiça brasileira não consegue dar segurança para que as pessoas andem nas ruas, elas precisam se defender dos assaltantes, que pululam nas ruas de muitas das nossas cidades.
Em Curitiba, por exemplo, outrora uma cidade segura, hoje se vê assaltantes usando bicicletas e assaltando diariamente no bairro Batel, exatamente por ser um bairro de alto poder aquisitivo e com pessoas de mais idade. Está se tornando impossível em qualquer cidade brasileira você andar com o aparelho celular nas mãos ou atender ao telefone nas ruas.
Voltando ao caso do delegado paulista Mauro Guimarães, morto na frente da mulher, acabou virando notícia nacional por duas razões. A primeira porque a afronta atingiu em cheio a instituição “polícia.” E a segunda é a evidência de um fato: o cidadão não pode andar mais nas ruas. Simples assim. A justiça está tão desmoralizada que os marginais perderam o medo. Os marginais vão para a cadeia e saem cumprindo um sexto da pena. Saem porque leram livros, saem porque tem mais gente torcendo pelos bandidos do que pelos policiais. Uma completa inversão do que antigamente chamávamos de justiça.
Quero abordar esse assunto por um outro aspecto. Se o Dr. Mauro Guimarães, delegado especial com longa folha de serviços prestado à polícia paulista, sairia com a mulher, também delegada, para passear em um sábado ensolarado portando uma arma, se acreditasse na segurança que o Estado constitucionalmente deveria dar para toda a população? Claro que não!
Deixando bem claro. Lamento profundamente o assassinato do Dr. Mauro Guimarães, mas pra mim está evidente que nem a polícia acredita na segurança pública. Você sair em um lindo sábado ensolarado armado? Se um delegado da polícia sai para passear armado, o que representa autoproteção, está claro que não acredita no trabalho da sua instituição ou melhor, não acredita que a justiça esteja de fato dando segurança para a sociedade.
Nessas alturas fica claro que o lado que anda armado, definitivamente não é o lado bom da população. Essa ordeira sociedade está sendo morta pela bandidagem que não deve obediência à justiça e, consequentemente, porta armas de qualquer tipo.
Caros leitores o Brasil passa por um momento de extrema insegurança. A sociedade está à mercê da bandidagem, as policias no Rio estão proibidas de subir nos morros e suas favelas. Em São Paulo vimos um delegado assassinado ao ser assaltado na rua da sua casa. E você que não é da policia, não é delegado e nem bandido, como se sente? Ficar em casa é a solução?