segunda-feira, 17 de novembro de 2025

Armadilhas que te afastam da comida de verdade

 

Por que você sempre acaba pedindo batata do McDonald’s? Quem nunca disse: “Hoje eu vou me alimentar bem, vou comer saudável” e, na primeira oportunidade, escolheu uma batatinha do McDonald’s?

 

Bom… Não queremos te isentar da responsabilidade, mas o McDonald’s usa uma série de gatilhos psicológicos comprovados que, sem que muitos percebam, te faz pender para a batata frita. Vamos falar sobre alguns deles:

 

1) Se não é para sempre, eu quero provar. Você já reparou como alguns produtos do McDonald’s são marcados como “por tempo limitado”? Essas palavrinhas ativam um dos gatilhos mais fortes do nosso cérebro: a escassez. Pesquisas mostram que, quando algo parece raro ou temporário, nossa intenção de compra aumenta em 37%.

 

O McDonald’s aprendeu isso lá em 1981, quando lançou o McRib. O lanche saiu do cardápio, o público surtou, e a marca percebeu que criar ausência é um ótimo jeito de criar desejo. Desde então, o cardápio e os combos mudam constantemente, pra você sempre ter aquela sensação de “preciso provar antes que acabe.”

 

2) Prazer interrompido — bem curioso. Outro motivo para tantas ofertas por tempo limitado é: elas evitam que você se acostume com o produto. Quanto mais repetimos um prazer, menos prazer sentimos. Isso tem nome: habitação. Um estudo mostrou que pessoas que receberam uma massagem com uma pausa no meio avaliaram a experiência 17% mais prazerosa do que quem teve uma sessão contínua.

 

Ou seja: o prazer aumenta quando existe uma interrupção. O McDonald’s sabe disso. Ele tira um produto de cena antes que você enjoe — e, quando ele volta, o desejo volta junto.

 

3) A ilusão da escolha saudável. Essa é uma máxima que funciona na hora da fome. O chamado fenômeno de preferência inconsistente no tempo, diz que o queremos pro nosso “eu do futuro” (ser saudável) não é o mesmo que queremos agora (prazer imediato da comida).

 

Pesquisas mostram que, quando alguém escolhe o que vai comer daqui algumas horas, 50% das pessoas escolhe algo saudável. Agora, quando escolhem algo de imediato, 81% pegam algo mais gorduroso. O exemplo prático aqui é quando você esquece de levar sua frutinha para o trabalho e acaba comendo um salgado na hora que bate a fome. Mesmo que a intenção seja boa, você acaba escolhendo o prazer.

 

Sabe o que é mais curioso? Ter a salada ou uma opção fitness no cardápio serve pra justificar a sua visita planejada, já que mesmo sem vender muitas saladas, elas aumentam o fluxo e reduzem a culpa.

 

4) O que os olhos não veem, o coração não sente. Um estudo da Cornell mostrou que clientes gastam 8% a mais quando o preço aparece sem o símbolo da moeda. Menos dor, mais batata. Nos EUA, não há mais o símbolo do dólar ($) do cardápio, o que faz as pessoas gastarem mais. Sem o sinal de dinheiro, por incrível que pareça, o cérebro sente menos “dor.”

Este post foi escrito por: Britz Lopes

As opiniões emitidas nos textos dos colaboradores não refletem necessariamente, a opinião da revista eletrônica.

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