segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Chamem o doutor House!

 

O Coronavírus me pegou na esquina depois de eu tê-lo driblado durante dois anos e passando por situações em que ele deve ter me beijado na boca e não gostou – festa em hostal no Porto, trem lotado na Espanha, a moradora de rua que cuspiu na minha cara etc. Prostrei. A auto intitulada atleta aqui – pilates, esteira em velocidade oito e inclinação dez, musculação; tudo diariamente, só come comida de verdade, não toma remédio pra nada – foi à lona, no caso minha confortável cama com pillow top que comprei no início da pandemia.

 

Ressuscitei no terceiro dia já com o aspirador de pó na mão. Não é de ver que, 48 horas depois da ressurreição, não sei por quais cargas virais, acordo às 2 da madruga com uma dor insuportável nas costelas do lado esquerdo? Não conseguia respirar. Mexer, nem pensar. Pela primeira vez fui alçada a uma maca e levada de ambulância para um hospital. Com sirene e tudo! Zero de glamour! Era só o início de uma penúria que duraria oito dias; terminou hoje.

 

Primeiro dia. Fiz tour hospitalar – fui a dois sem conseguir atendimento para a urgência e emergência da minha dor. A médica plantonista da primeira unidade se recusou a me informar sua especialidade e me enfiou numa ressonância que não serviu para nada. Na segunda, outro exame cujo diagnóstico só sairia às 9 da manhã. Não tinha certeza de ter forças para chegar até lá. Voltei pra casa sem diagnóstico e dopada; eu, meu marido socorrista e minha dor.

 

Segundo dia. Recorri a minha amiga e profissional sem igual, que tira dor com a mão – a fisioterapeuta e Juliana Blanco. Arrefeceu o sofrimento na primeira sessão, mas ainda cerecia de um diagnóstico. Dr. Sandoval Carneiro me foi indicado. Pediu ressonância, que fiz sob os cuidados da delicada amiga Lucinha Valente na Clínica São Matheus, como manda o figurino em dia de jogo, diga-se, com resultado rápido, na sequência. Pacotada de remédios e paciência. Tinha de ter fé no ditado de que tudo passa…

 

Uma compressão do nervo ali, um pinçamento acolá, mas Dr. Sandoval não viu nada que me desabilitasse a continuar andando, vivendo, malhando, respirando. Hoje é o dia 8 e eu continuo não sabendo o que me entrevou durante sete longos dias. Mas já estou com o aspirador de pó em punho novamente e amanhã retorno para a academia. A mão santa de Juliana ajudou com uma segunda sessão, ontem. Vou agora procurar uma especialista em fáscia, meu novo vocabulário de googadas intempestivas. Mas queria mesmo era consultar o Dr. House, que, com sua equipe, não deixa diagnóstico a descoberto. Então, tem algum House aí?

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Este post foi escrito por: Britz Lopes

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