segunda-feira, 16 de setembro de 2024

De Picolé de Chuchu a vice de nada

 

Eu ainda costumo me surpreender com as atitudes dos seres humanos. Só para esclarecer a minha decepção, votei no Alkmin no primeiro turno das eleições de 2018. Votei nele porque tinha dúvidas sobre o equilíbrio necessário ao ocupante da cadeira presidencial, apresentado pelo Bolsonaro, que vinha liderando as pesquisas.

 

Naquele momento, acompanhando o currículo do Geraldo, médico, com uma brilhante trajetória política, alcançando cargos importantes na política brasileira, começando com vereador e posteriormente prefeito de Pindamonhangaba, deputado estadual, federal, governador de São Paulo por dois mandatos, chegando a candidato bem posicionado à Presidente da República em 2006, quando perdeu a eleição para o então Lulinha paz & amor.

 

Com essa bagagem política toda, não poderia ser considerado um inocente nas artes da política brasileira. Fico me perguntando que diabo fez com que esse “professor” em política nacional aceitasse ser vice do seu antigo algoz, o tal candidato paz & amor. Por parte do atual usuário da faixa presidencial não tenho dúvidas, aliás, dito pelo próprio: “O Alkmin na chapa daria acesso a um eleitorado conservador paulista que não me aceita.” Ora, o raciocínio lógico do cabeça de chapa em um dos maiores colégios eleitorais do País, fazia todo sentido.

 

O que não faz sentido algum é o Alkmin aceitar, depois de passar anos dizendo cobras e lagartos contra o atual usuário da faixa presidencial. Às vezes penso que, como médico, poderia ter uma informação de coxia sobre alguma deficiência, fora a mental, que permitisse ao Geraldo colocar logo a tão ambicionada faixa por mais tempo do que o habitual périplo em busca da chancela de estadista, algo tão ambicionado pelo monoglota.

 

Por outro lado, ao fim do ano que vem, esse governo completa dois anos à frente da Nação e por qualquer razão, no caso da vacância do titular, o vice assume legalmente. Vamos lembrar que desde 2006 o Alkmin vinha fazendo pesadas críticas ao Luís Inácio, tendo virado a casaca nesta última eleição por razões acima já explicadas, o que fez com que boa parte do eleitorado paulista votasse no atual Presidente.

 

Deve ser angustiante para o vice ser simples acompanhante da dama na tragédia gaúcha, onde foi enxovalhada pela população, sendo obrigada a sair pela porta dos fundos do hotel em que estava hospedada, fato revelado amplamente nas redes sociais.

 

Enfim, o que será que Alkmin, antigo conservador, casado com a professora católica fervorosa, Lu Alkmin, está achando da participação dele nesse desgoverno? Afinal, estamos vivendo em um momento incrível de desmanche da sociedade brasileira. A mesma sociedade que imaginou o protagonismo das mulheres e tem uma representante muito aquém de todas as expectativas; só tem olhos para o próprio umbigo.

 

Essa situação em que as mulheres brasileiras foram colocadas vai nos levar ande? Honestamente não sei, mas começo a perceber nas rodas dos amigos que suas mulheres não estão concordando com a representante que têm. Ah picolé, que pena que você não derreteu antes dessa ignomínia.

 

Hiram Souza é empresário, marqueteiro de longa data, aos 80 anos de jornada o que permite ter uma janela holística para o mundo. Com leve humor escreve sobre assuntos ligados à política, comportamento, educação e brasilidade

Foto: crédito Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

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Este post foi escrito por: Hiram Souza

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