Efeito Ozempic: magreza não faz bem à economia

Efeito Ozempic. É assim que gigantes do ramo de alimentos estão chamando o impacto que o remédio para emagrecimento vem causando no segmento. Na verdade, o Ozempic tem como função combater a diabetes, mas vem sendo usado nos últimos tempos para reduzir a fome de quem faz uso. A semaglutida, seu princípio ativo, baixa o açúcar no sangue, imitando um hormônio que é produzido quando comemos. Como resultado, a sensação de saciedade aumenta, e a fome diminui.

Aqui no Brasil, o Ozempic foi aprovado pela Anvisa em 2018 somente para o tratamento de diabetes tipo 2, mas passou a ser usado off label também para obesidade. Tudo começou quando Elon Musk atribuiu sua boa forma ao medicamento. Logo depois, vários influenciadores também passaram a postar no TikTok suas experiências milagrosas de “antes e depois”.

Agora, justamente por isso, os vendedores de alimentos já estão pensando em uma possibilidade de mudança na forma como as pessoas encontram seus produtos. Segundo os executivos da indústria alimentícia, pode ser que as porções e embalagens diminuam ou até mesmo que os nutrientes presentes em cada comida sejam alterados.

O CEO do Walmart já falou que a empresa percebeu que quem toma Ozempic gasta menos com alimentos, mas acaba gastando mais em outros produtos focados no estilo de vida e condicionamento físico. Na sequência, o S&P 200, principal índice da bolsa dos EUA, registrou queda de 0,5% entre os itens de consumo básico.

Alerta vermelho também nas indústrias de chocolate. A Lindt viu as ações caírem e a Nestlé teve queda de 2,5% — a maior desde maio. E tem mais efeito cascata: varejistas do plus size podem ver as venda diminuírem enquanto as marcas de roupas fitness e artigos esportivo podem faturar mais. E é muito provável, já que até 2035, a expectativa é que quase 7% da população dos EUA estará tomando remédios para perda de peso.

Com: The News