Elegia, a mostra de Carlos Ferro que brinca com as formas
Elegia, mostra individual do escultor Carlos Ferro, entra em cartaz na Rumos, em Goiânia, no dia 7 de outubro, com curadoria de Marco Antônio Vieira, doutor em teoria e história da arte pela Universidade de Brasília. A Rumos é um espaço independente dedicado à experimentação artístico-curatorial.
A exposição de Carlos apresenta uma seleção de obras que refletem a trajetória do artista e sua visão única da arte contemporânea. Sobre ela, Marco Antônio escreveu: “São formas tortuosas, formas torturadas, formas retorcidas. As formas mesmo da contorção. As formas da voluta. As formas de Elegia são desde sempre as formas da (re)volta. (Re)tornar é um para sempre sem repouso possível. As formas que aspiram ao elegíaco são as formas da dor, da perda, do luto, da melancolia. Formas convulsivas, convulsionadas”.
E segue o texto do curador: “Formas que só se podem pensar e conceber como as formas que oscilam fronteiriças, titubeantes. Formas que vacilam entre o antes e o agora. Formas da memória. Formas traumáticas. As formas mesmas do totem, do obelisco, do ídolo. Formas fúnebres, funerárias. As formas do cenotáfio. As formas do (im)possível: tornar presente o que não mais está exceto como função simbólica e significante. As formas do irrepresentável exceto como triunfo daquilo que é a forma como epifania de si mesma e que, no entanto, é apelo e chamamento ao ato de significar: o quê, para quem, como e onde?
A exposição é isto que é a forma de si mesmo: um paradoxo. Um oxímoro. Uma aporia. Um impasse: a forma e sua sombra são os equivalentes mais concretos de uma tensão temporal: presença e evocação. O labirinto elegíaco é onde se encena a liturgia simbólica que é a violência indizível do luto”.
Serviço
Rumos: Rua 90-A, número 184, Setor Sul – Goiânia-GO
A exposição fica em cartaz até o dia 4 de novembro