quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Em Buenos Aires, pague com Pix

 

Britz Lopes — Como sempre acontece comigo em qualquer lugar do mundo, em menos de 20 horas em Buenos Aires já havia sido abordada três vezes para dar alguma informação. Consegui resolver duas já que, coincidentemente, tratavam-se de lugares na rua onde estou instalada em Palermo, a charmosa e arborizada Gorriti. O estúdio é bacana, cheio de tomadas de três pinos, daqueles achatados, e só um adaptador capenga para carregar meus dispositivos. Mas é só estabelecer rodízio organizado.

 

O mais complicado mesmo por aqui é saber o quanto se está pagando por cada coisa no restaurante, na cafeteira, no supermercado. São muitos números à direita a serem traduzidos em Real ou Dólar para se ter noção de quanto cada item vale de verdade. Esqueça aquela máxima segundo a qual “Quem converte não diverte”. Aqui, se você não converter, vai se… Entendem né?

 

 

Minha primeira ida ao supermercado foi demorada para tão poucos produtos. Uma abobrinha murcha a 16 Reais e uma caixa com 100 saches de adoçante, 6. Cancelei a zucchini e parti para o vinho. O honesto sem pretensão começa com 7 mil pesos, coisa de 40 reais – caro se comparado a outros similares de regiões produtoras da Europa, por exemplo, quando adquiridos em seus locais de origem, diga-se. Limão Siciliano a 8 Reais o quilo; 29 custam 200 gramas de queijo; um pão raquítico, 9.

 

Ninguém se acostuma com esses índices de inflação tão alta. As senhorinhas demoram horas a contar os destroçados Pesos no caixa. Mas a coisa está melhorando. Em abril foram 8,8% comemorados efusivamente pelo presidente Milei, o amado e temido dos porteños. Por hora, não troquei um só Dólar, até porque minha bolsa para circular pela cidade não comporta 10 verdinhas traduzidas em dinheiro local. É muito volume.

 

 

Optei pelo cartão Wise, que tem sido aceito na maioria dos estabelecimentos. Em alguns outros eu pago com pix! Sim, argentino que não é bobo nem nada importou a transação. No começo utilizavam contas de brasileiros, mas agora há uma fintech argentina chamada KamiPay que processa o pagamento com QR Code e tudo. Eles recebem na hora em Pesos ou Dólar digital e nós pagamos apenas 0,38% de IOF. Jeitinho brasileiro tipo exportação.

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Este post foi escrito por: Britz Lopes

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