Itália vai construir a maior ponte suspensa do mundo
Anna Paula Guerra — O mar azul entre a Sicília e a Calábria, na Itália, pode ganhar uma cicatriz de aço. O governo italiano aprovou a construção da maior ponte suspensa do mundo: 3,7km de vão central, sem pilares, unindo a ilha ao continente. O orçamento é de 13,5 bilhões de euros, com um prazo de 10 anos e promessa de entrega em 2032.
A trama é antiga. Desde os anos 60, políticos flertam com a ideia de conectar o sul ao resto do país. Vários governos ensaiaram a ideia, mas sempre ficou presa no limbo entre a engenharia e a política. Agora, com a bênção do Comitê de Planejamento Econômico, o plano vai avançar. O consórcio Eurolink, liderado pela italiana Webuild promete mais de 100 mil empregos.
Mas o projeto tem enfrentado forte oposição daqueles que questionam a sensatez de se construir uma ponte desse tipo em uma zona de terremoto. Muitos também temem estouros de orçamento, possíveis danos ambientais e infiltração da máfia nos contratos de construção. Alguns grupos de cidadãos que se opõem à ponte dizem que ela é desnecessária, e associações ambientais apresentaram uma queixa esta semana à União Europeia, sinalizando sérios riscos para o meio ambiente local.
Se realmente for erguida, a ponte colocará a Itália no seleto clube dos gigantes da engenharia, aquele que constrói conexões colossais sobre a água, como Japão, Turquia e Dinamarca.