quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Loiras: você prefere as nacionais ou importadas?

 

Calma que não é nada do que você pensou. Vou falar de comerciais de cervejas que a gente vê por aí vez ou outra.

Mas antes de comentar sobre os comerciais, vou contar algumas coisas que, provavelmente, você não sabe.

A publicidade brasileira tem o seu mecanismo de auto-regulamentação, o CONAR (vou contar sobre sua origem em outra coluna). Desde sua constituição, o nosso Código criou normas éticas para se evitar a veiculação de anúncios e campanhas de conteúdo enganoso, ofensivo, abusivo ou que desrespeitam a leal concorrência entre anunciantes.

E temos normas específicas para determinados segmentos de mercado, dentre eles, as bebidas. Pronto, cheguei onde queria. Repare que você não vê ninguém bebendo cerveja nos comerciais. Nem em ações de merchandising em novelas, onde o produto aparece incorporado ao contexto e faz parte da cena. Mas ninguém bebe. Os atores não podem ter ou aparentar ter menos de 25 anos. E as situações não podem passar a impressão de que o consumidor seja mais poderoso, ou forte, ou valente, porque toma aquela bebida.

Aqui no Brasil, definiu-se a cerveja como uma bebida adequada a reuniões sociais, na praia, com muita festa e alegria. E tome comerciais com mulheres de biquíni na praia ou piscina, na churrascada, em festas (com muita mulher bonita em volta). Na verdade, todos os comerciais eram muito parecidos.

Mas tivemos dois pontos fora da curva. A Brahma, com sua maravilhosa campanha “A número 1”, e a Skol, com sua campanha “A cerveja que desce redondo”.  Os conceitos foram percebidos em pesquisas e lapidados por equipes competentes de criação. Tirando essas duas, você podia trocar a assinatura dos outros comerciais e nada ia mudar, porque era só mulher de biquíni na praia, em festa, no churrasco.

Até que surgiu a linha criativa das cervejas Budweiser e Heineken. Os comerciais são criados com bom gosto, muito bem produzidos no exterior e nenhum deles (pelo menos os que eu assisti até hoje) mostra bunda de mulher ou outra imagem apelativa. E as cervejas vendem cada vez mais.

Para não ser injusto, recentemente as marcas brasileiras de cervejas perceberam que tudo estava ficando igual e mudaram a linha criativa de suas abordagens, como a Spaten e a recém lançada, Cabaré, com o cantor Leonardo, provavelmente para embarcar na onda de um antigo comercial da Bavária, onde ele aparecia ao lado de outros sertanejos.

Então, respondendo ao título, em matéria de cerveja, isso depende do gosto de cada um, mas os melhores comerciais são mesmo os importados. Viva a globalização, que acabou nos poupando de assistir sempre as mesmas cenas de mulheres de biquíni, não importa qual fosse a marca. Calma que não é nada do que você pensou. Vou falar de comerciais de cervejas que a gente vê por aí vez ou outra.

Mas antes de comentar sobre os comerciais, vou contar algumas coisas que, provavelmente, você não sabe.

A publicidade brasileira tem o seu mecanismo de auto-regulamentação, o CONAR (vou contar sobre sua origem em outra coluna). Desde sua constituição, o nosso Código criou normas éticas para se evitar a veiculação de anúncios e campanhas de conteúdo enganoso, ofensivo, abusivo ou que desrespeitam a leal concorrência entre anunciantes.

E temos normas específicas para determinados segmentos de mercado, dentre eles, as bebidas. Pronto, cheguei onde queria. Repare que você não vê ninguém bebendo cerveja nos comerciais. Nem em ações de merchandising em novelas, onde o produto aparece incorporado ao contexto e faz parte da cena. Mas ninguém bebe. Os atores não podem ter ou aparentar ter menos de 25 anos. E as situações não podem passar a impressão de que o consumidor seja mais poderoso, ou forte, ou valente, porque toma aquela bebida.

Aqui no Brasil, definiu-se a cerveja como uma bebida adequada a reuniões sociais, na praia, com muita festa e alegria. E tome comerciais com mulheres de biquíni na praia ou piscina, na churrascada, em festas (com muita mulher bonita em volta). Na verdade, todos os comerciais eram muito parecidos.

Mas tivemos dois pontos fora da curva. A Brahma, com sua maravilhosa campanha “A número 1”, e a Skol, com sua campanha “A cerveja que desce redondo”.  Os conceitos foram percebidos em pesquisas e lapidados por equipes competentes de criação. Tirando essas duas, você podia trocar a assinatura dos outros comerciais e nada ia mudar, porque era só mulher de biquíni na praia, em festa, no churrasco.

Até que surgiu a linha criativa das cervejas Budweiser e Heineken. Os comerciais são criados com bom gosto, muito bem produzidos no exterior e nenhum deles (pelo menos os que eu assisti até hoje) mostra bunda de mulher ou outra imagem apelativa. E as cervejas vendem cada vez mais.

Para não ser injusto, recentemente as marcas brasileiras de cervejas perceberam que tudo estava ficando igual e mudaram a linha criativa de suas abordagens, como a Spaten e a recém lançada, Cabaré, com o cantor Leonardo, provavelmente para embarcar na onda de um antigo comercial da Bavária, onde ele aparecia ao lado de outros sertanejos.

Então, respondendo ao título, em matéria de cerveja, isso depende do gosto de cada um, mas os melhores comerciais são mesmo os importados. Viva a globalização, que acabou nos poupando de assistir sempre as mesmas cenas de mulheres de biquíni, não importa qual  seja a marca.

 

Foto de Edward Eyer no Pexels

Este post foi escrito por: Marco Antônio Chuahy

As opiniões emitidas nos textos dos colaboradores não refletem necessariamente, a opinião da revista eletrônica.

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