O Brasil está sendo governando por um constante projeto de reeleição

Hiram Souza — Amigos, amigas, próximos, leitores desavisados, brasileiros! Estou ficando horrorizado com a baderna que vem sendo implantada no Brasil. O Congresso legisla em benefício próprio: notem a forma ferrenha como os senhores congressistas vem se apegando ao assunto das emendas parlamentares. Os minimamente letrados, ou seja, pessoas que conseguem formar uma opinião a partir da leitura de um texto percebem que no Brasil – os seus congressistas, diga-se – estão mais preocupados com as emendas parlamentares que lhes garantam a reeleição do que com os problemas de saúde, segurança e educação.

Temas fartamente alertados por todos os candidatos – afinal se todos alardeiam é sinal que de fato os problemas nessas três aéreas existem – não são tratados com a devida atenção pelos parlamentares. Afinal, se você não pode andar com o seu celular na rua, fica claro que a segurança, por menor que seja não existe. Aliás, pra ficar bem claro, estão assaltando até pessoas com seus cachorros nas ruas. Quando votaram para que pessoas presas, aguardando julgamento, pudessem votar, ficou claro com quem iriam fazer parceria.

De lá para cá o PCC e o Comando Vermelho se transformaram em grupos empresariais que constroem prédios, tem empresas de coleta de lixo, de distribuição de água, transporte público, constroem e vendem apartamentos, cobram aluguel e proteção dos comerciantes. Quase igual ao que as prefeituras deveriam fazer pelos seus cidadãos.

A essas tarefas antigamente dávamos o nome de gestão pública, mas parece que a chamada “gestão pública” atual está mais interessada em se manter no cargo e só. A reeleição passou a ser o grande objetivo de todos os políticos, afinal é para isso que eles trabalham sempre com o objetivo de facilitar essa tarefa, seja com o vergonhoso fundo eleitoral seja com a farta distribuição de dinheiro público dos fundos partidários.

Esses vergonhosos fundos foram criados depois que em 17 de setembro de 2015 foi proibido pelo STF o financiamento privado de candidaturas, e a desculpa era que os políticos ficavam refém das empresas, mormente as empreiteiras. De lá para cá vocês acham que essa proibição mudou alguma coisa no comportamento dos políticos?

Sinceramente acho que as leis brasileiras, ao serem feitas, sempre partem do princípio que as pessoas são desonestas, e que o cidadão comum é desonesto por natureza, generalizando uma atitude que no dia a dia é de poucos. Uma pena! No Brasil a justiça não faz justiça, não é equânime e muito menos “igual para todos”. Como diria o Barão de Itararé, “Não é triste mudar de idéia. Triste é não ter ideias para mudar.”