quinta-feira, 21 de novembro de 2024

O inchaço da máquina e a sanha arrecadadora

 

É flagrante a disposição do governo em aumentar a arrecadação. E a pergunta que faço é: por quê? A desculpa é sempre a mesma: saúde, educação e segurança. E ninguém quer discutir isso. Todos sabemos que a carga tributária do Brasil é uma das mais altas do mundo. Assim como sabemos que o nosso Congresso é o segundo mais caro do mundo, o primeiro é o dos Estados Unidos, só que lá não tem emenda parlamentar. Se você somar o custo do Congresso, mais o que os parlamentares recebem em emendas para seus redutos eleitorais para votar matérias de interesse do governo, as quais nem sempre são de interesse da maioria da população, seguramente temos o Congresso mais caro do mundo.

 

Estou abordando esse assunto porque está sendo debatida no Congresso, por iniciativa do governo, a taxação sobre grandes fortunas e para que não pairem dúvidas sobre minha posição, eu acho que antes de aumentar qualquer coisa, deveríamos discutir a redução da máquina pública brasileira. Dia desses li estarrecido que o custo do judiciário brasileiro consome 2% do PIB. E vocês sabem quando é o PIB brasileiro? 1.609 trilhões de dólares em 2021.

 

A medida precisa ser amplamente discutida porque precisamos descobrir o que é “grande fortuna” na cabeça desse governo. Acho que vão taxar o médio produtor, aquela rede de 15 farmácias, o chef que tem oito restaurantes, e assim por diante. Ser rico no Brasil é ter casa própria, carro para você e para a esposa, que às vezes também trabalha, casa na praia e viagens esporádicas ao exterior.

 

Lembro que menos de 1% da população é tida como super rica. Segundo estudo da Fundação Perceu Abramo, “ No país, o percentual de 0,01% mais ricos detém uma riqueza acumulada e livre de dívidas de R$151 milhões em média.” Considerando esse número ridículo de super ricos, não entendo de onde vai sair o dinheiro que o governo está precisando. Super rica é a D. Vicky Safra, dona de 18,3 bilhões de dólares, ou ainda o espólio da D. Lily Safra, avaliado em 40 bilhões de reais, ou ainda o Jorge Paulo Lemann, com um pouco mais de 15 bilhões de dólares.

 

O fato é que este governo, mais que outros, tem a necessidade de aumentar impostor porque não tem base parlamentar e os sonhos vendidos durante a campanha são inviáveis caso não haja um brutal aumento de arrecadação. Em qualquer governo digno desse nome, estariam sendo feitos estudos para baixar os impostos, reduzir o tamanho da máquina administrativa, reduzir o apadrinhamento político para cargos públicos, fazer a redução dos ministérios e coisas assim, mas nada disso entra em cogitação; só se fala em aumentar impostos.

 

Não sei se vocês já perceberam, mas este governo está no poder há nove meses e ainda não gerou nada que não seja viagens ao exterior em um sonho de estadista monoglota. Eu não sei aonde esse processo vai acabar, mas no momento, vejo de forma concreta, a possibilidade de um aborto.

 

 

Hiram Souza é empresário, marqueteiro de longa data, aos 80 anos de jornada o que permite ter uma janela holística para o mundo. Com leve humor escreve sobre assuntos ligados à política, comportamento, educação e brasilidade

  

 

Este post foi escrito por: Hiram Souza

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