sábado, 13 de setembro de 2025

Por que os mais jovens estão infelizes?

 

Por décadas, pesquisadores descreviam a felicidade como uma curva em U: jovens felizes, adultos de meia-idade infelizes, idosos voltando a sorrir. Mas essa lógica está mudando. Um estudo com mais de 2 milhões de pessoas em 44 países revelou que os mais jovens são, hoje, justamente os que relatam mais infelicidade.

 

Nos EUA, entre 2019 e 2024, a chamada “curva em U da felicidade” virou uma descida contínua. Já não existe a famosa “corcova do desespero” aos 40, ela agora aparece aos 20 e poucos anos. Na prática, isso significa que a geração Z é a mais infeliz já registrada ao entrar no mercado de trabalho.

 

O fenômeno não é só americano. Reino Unido, Europa, Ásia, África e América Latina mostram a mesma tendência: jovens mais ansiosos, deprimidos e inseguros do que os mais velhos. Embora não exista nenhuma comprovação científica, o uso demasiado de redes sociais e smartphones é costumeiramente apontado como causa dessa tendência.

 

Na Tanzânia, por exemplo, os jovens sem acesso à internet foram classificados como significativamente mais felizes do que aqueles que tinham. A dúvida que fica agora é quanto ao futuro: se os jovens já são infelizes tão cedo, como serão os seus sentimentos nas próximas décadas?

 

Estudo liderado por Jean Twenge, professora de Psicologia da Universidade Estadual de San Diego, na Califórnia, sugere que agradar os filhos com smartphones, tablets e videogames pode, na verdade, contribui para a infelicidade deles.

 

Os resultados publicados recentemente no periódico “Emotions”, da Associação Americana de Psicologia, mostram que jovens que passam muito tempo com os olhos vidrados nas telas de aparelhos eletrônicos são menos felizes que colegas que preferem outras atividades.

 

“A chave para o uso de mídias digitais e a felicidade é a limitação”, comentou Jean. “ Gastar no máximo não mais que duas horas por dia nessas mídias, e tentar aumentar o tempo despendido com amigos e exercícios, duas atividades relacionadas com o aumento da felicidade”.

Este post foi escrito por: Britz Lopes

As opiniões emitidas nos textos dos colaboradores não refletem necessariamente, a opinião da revista eletrônica.

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