quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Processo contra a Disney ensina: leia bem os contratos e não confie no garçom

 

Essa é a história mais bizarra do ano. A Disney está tentando evitar pagar por um processo no qual está sendo acusada de homicídio culposo, alegando que o autor era assinante do Disney+. Como assim? Explicação: pode parecer estranho, mas é isso mesmo. Na verdade, é exatamente isso. Mas antes você precisa entender rapidamente a história.

 

Jeffrey Piccolo processou a Disney em mais de US$ 50.000 depois que sua mulher, Kanokporn Tangsuan, morreu por uma reação alérgica após comer em um restaurante no Disney Springs. O processo diz que Tangsuan informou ao garçom, inúmeras vezes, que ela tinha uma alergia grave a nozes e laticínios e que o garçom garantiu que a comida não continha alérgenos.

 

Mas, 45 minutos depois do jantar, Tangsuan teve dificuldade para respirar enquanto fazia compras, desmaiou e morreu no hospital por anafilaxia por níveis elevados de laticínios e nozes.

 

Bom, a Disney até se diz “profundamente triste” com essa perda, mas tem convicção de que eles não são os culpados. Além de a Disney alegar que não era dona nem operava o pub irlandês onde ela comia, eles também argumentam que Piccolo era assinante do Disney+.

 

E, acontece que, ser assinante do Disney+ significa ter aceitado os termos e condições da plataforma, que, em certa parte, diz que a pessoa concorda em resolver quaisquer processos por meio de arbitragem.

 

Arbitragem é uma maneira de resolver desacordos sem ir ao tribunal. Em vez de um juiz, uma pessoa neutra ouve ambos os lados e toma uma decisão vinculativa.
E é fato verídico: a primeira página do contrato do assinante declara, em letras maiúsculas, que “qualquer disputa entre você e nós (…) está sujeita a uma renúncia (…) e deve ser resolvida por arbitragem vinculativa individual”.

 

Claro, a defesa de Piccolo considerou a posição da Disney “absurda”, “insana” e quase “surreal” e diz que fica evidente que o assinado nesse contrato de assinatura do Disney+ não há qualquer relação com ferimentos sofridos em um restaurante da Disney.

 

Até porque, se a justiça acatar esse argumento e der decisão favorável à Disney, 150 milhões de assinantes também renunciarão aos seus direitos de processar a companhia, mesmo que seja em uma situação extrema — como nesse caso. No início de outubro, os dois lados poderão apresentar seus argumentos para um juiz da Flórida.

 

Com: The News

 

Este post foi escrito por: Britz Lopes

As opiniões emitidas nos textos dos colaboradores não refletem necessariamente, a opinião da revista eletrônica.

1 comentários em "Processo contra a Disney ensina: leia bem os contratos e não confie no garçom"

Deixe uma resposta