quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Quem são os artistas fora-da-lei

 

Que a arte sempre foi, de certa forma, expressão de rebeldia, ninguém duvida. Mas, quando os artistas levam isso bem ao pé da letra, vira confusão – que mancha o currículo dessas celebridades da criação. E o interessante é que muitos dos maiores nomes das artes ultrapassaram a barreira do comportamento controverso e se tornaram criminosos!

 

A tinta e o pincel sempre tiveram o poder de falar mais alto do que as palavras, de representações gráficas do corpo humano a declarações políticas que combatiam regimes opressivos. Existe uma liberdade de expressão artística, que aproveita o espírito fora-da-lei e não pode ser restringida por normas sociais conservadoras, ou mesmo leis criminais.

 

Mas, essa energia rebelde também se refletiu na vida pessoal de alguns grandes artistas. Violência, assassinato, roubos e abuso obscureceram os legados de algumas das maiores mentes criativas do mundo, desde o Renascimento até o período da Arte Moderna.

 

Caravaggio (1571-1610) foi um deles. O pintor renascentista italiano era conhecido por ter um temperamento péssimo e carregar sempre uma espada. Resultado: estava frequentemente em apuros por entrar em brigas, esbofetear garçons e caluniar seus rivais do mundo das artes. Ele passou grande parte de sua vida profissional em Roma, de onde teve de fugir, em 1606, depois de matar um homem numa praça. Ele se escondeu das autoridades pelo resto da vida. Alguns historiadores interpretam a presença de culpa nas pinturas que criou no período, como o autorretrato que ele incluiu numa pintura de Davi segurando a cabeça decepada de Golias.

 

Mas, Caravaggio era um santo comparado a Benvenuto Cellini (1500-1571). Consta que o ourives e escultor italiano do Renascimento teria matado vários homens sem nunca ter sido punido. Um deles o próprio irmão, com vários golpes de uma adaga. Assassinou também um rival ourives e um estalajadeiro a tiros. E ele escreveu tudo em sua autobiografia, que sugere um pouco de remorso por seus crimes.

 

 

 

Já o genial Pablo Picasso (1881-1973) abusou de muitas jovens musas com quem teve relacionamentos. A primeira delas, Fernande Olivier, escreveu que ele costumava trancá-la em casa quando saía e não a deixava criar suas próprias pinturas. Acreditava ele que as mulheres não deveriam “invadir a preservação dos homens”. Seu comportamento seria indefensável hoje, mas foi um fato totalmente diferente que o levou à cadeia.

 

Quando a Mona Lisa foi roubada do Louvre, em Paris, em 1911, o pintor espanhol tornou-se o principal suspeito por causa de sua associação com o vigarista francês Honoré Joseph Géry Pieret, conhecido por ter roubado várias peças do museu francês para vender. Na verdade, Picasso havia comprado alguns dos bens roubados, que foram encontrados em sua casa. Mas a polícia nunca conseguiu conectá-lo ao roubo da obra de Da Vinci; daí foi liberado.

 

 

Banksy, o grafiteiro mais famoso do mundo, que viu crescer o reconhecimento de seu trabalho com o anonimato é um deles. Em 2013 ele fez uma espécie de residência artística em Nova York e começou a espalhar sua street art pela cidade. À época foi considerado vândalo pelo então prefeito Mike Bloomberg por ter desfigurado propriedades pública. Poderia ter sido preso, mas nunca foi reconhecido.

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Este post foi escrito por: Britz Lopes

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1 comentários em "Quem são os artistas fora-da-lei"

  • Avatar Noemy Faria disse:

    Texto belo e esclarecedor . Mas fiquei chocada com as informações, embora saibamos que esta é uma realidade em dias atuais.

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