segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Reinações de Pinóquios

 

Dizem por aí que em política o feio é perder! Acho um pouco de exagero, porque essa colocação deixa claro que para ganhar vale tudo. Conceito que, se aceito, permite uma série de leviandades, mentiras, oportunismo e outras atitudes que não são recomendáveis para ninguém, imagine para político.

 

Creio que por medo do escrutínio ou ainda por medo de perder e “fazer feito” nunca aceitei os inúmeros convites para me candidatar; isso desde o tempo do Haroldo Leon Peres, que queria criar um grupo próprio com caras novas. Logo com a minha!

Estou trazendo esse assunto para chamar meus leitores para uma reflexão sobre o comportamento do Ciro Gomes e da Simone Tebet nesse segundo turno das eleições presidenciais. Durante os 45 dias de duração da campanha eleitoral, Ciro, com conhecimento de causa – foi ministro no Governo do Pinóquio – e baseado nesse conhecimento, destroçou o que resta da imagem do Pinóquio da Silva, fazendo declarações pesadas sobre essa figura abjeta que retorna ao mundo da política graças às ações esdrúxulas do ministro Luís Edson Fachin. O que põe em dúvida as ações dele como ministro do Superior Tribunal Federal.

 

O ministro com uma canetada desautorizou todas as instâncias abaixo da sua, jogando excremento na justiça brasileira! Confesso que se estivesse trabalhando em uma dessas instâncias, iria embora pra casa, porque foram todos sumariamente desautorizados e rebaixados monocraticamente por um ministro que, aparentemente, usa das suas atribuições para pagar favores. Muito triste.

Voltando ao juízo de valores, pergunto: e a Simone Tebet? Filha de fazendeiros, tida como de centro-direita, o que ela está fazendo com o seu histórico se associando a invasores de terras? Depois de massacrar o Pinóquio nos debates, nas redes sociais e nos discursos, se entrega e diz que vai votar no inimigo “por ordem do partido”, mas que não vai subir no palanque? Creio que para os políticos o “palanque” deve ter um sabor de ser aceito por São Pedro às portas do céu!!!

O juízo de valor que faço da Simone e do Ciro é que são grandes calhordas os dois ex-candidatos à Presidência. Como estaríamos nos próximos quatro anos tendo um desses dois vigaristas no cargo de Presidente? Como será que pensam os eleitores, pobres mortais, possuidores de um documento que outrora trazia dignidade, responsabilidade e, sobretudo, liberdade ao seu portador?

 

Como se sentirão na hora de votar os eleitores do Ciro e da Simone, que desancaram o pau no Pinóquio e agora tem o descaramento de “recomendar” voto justamente nele??? Gente, ficar isento em um segundo turno acho coerente, afinal desancaram o pau no adversário do momento sem pensar no futuro próximo.

 

É muito pouco tempo entre odiar e amar; soa falso como nota de três reais. Mas o pior é a vergonha que ambos devem sentir lá, bem lá no fundo, na hora de dormir, lembrando que seus discursos raivosos contra o Pinóquio não renderam nada. E que a crença existente só na política brasileira, que o que digo nos discursos não vale nada, é só para enganar o portador do título de eleitor para que vote em mim e nas minhas mentiras.

 

Que o voto que esses candidatos pedem tem servido apenas para melhorar e vida deles mesmos, a vida desses pedintes de votos que aparecem a cada quatro anos com sua lábia, tirando das suas cartolas já desgastadas pelo tempo de pedintes que são, sem nenhuma dignidade, sem vergonha na cara e, sobretudo, sem nenhum respeito pelo seu País e pelas pessoas que nele vivem.

 

São apenas trânsfugas sem nenhuma dignidade, sem vergonha e zero de respeito ao próximo. O próximo, neste caso, é o cidadão possuidor de um título eleitoral que, considerando os pretendentes que vêm pedindo esse seu voto, poderá ter, dependendo de como você venha votar, o peso das correntes que os antigos escravos eram obrigados a usar.

 

Foto: Editora Wish

Hiram Souza é empresário, marqueteiro de longa data, aos 80 anos de jornada o que permite ter uma janela holística para o mundo. Com leve humor escreve sobre assuntos ligados à política, comportamento, educação e brasilidade.

 

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Este post foi escrito por: Hiram Souza

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