Retratos da senhora Goiânia
Cai a noite – Não existe luz mais qualificada na América Latina do que o sol do Cerrado em junho. O céu limpo está começando a transição para seca implacável dos meses que virão. No fim de tarde, as temperaturas por vezes são amenas e há alguma coisa de calma na noite que cai. No Lago das Rosas, os edifícios tomam conta do ambiente, se imiscuindo nas águas, enquanto comportados gansos de fibra de vidro se alinham à espera do amanhã. O Horto Florestal de Goiânia é definitivamente o lugar mais bonito daqui, por mais que construam condomínios com nome de Madrid. (Márcio Fernandes, jornalista e fotógrafo)
Silhueta imponente
Só quem já parou para observar o céu do Cerrado sabe que é uma visão única. Ousam dizer que o Cerrado tem o céu mais lindo que existe. Por consequência, o crepúsculo também sabe como atrair a atenção, fazer a respiração dos poetas ficar afoita e descompassar os batimentos cardíacos. Pode ser que alguém ache exagero, mas quem passa a vida procurando imagens para serem capturadas sabe que a sensação é exatamente esta. E Goiânia tem a silhueta de uma jovem senhora que se impõe e conquista nativos e forasteiros. Goiânia tem vários ângulos e escolher apenas um é pecar na decisão. Então, a minha escolha é uma visão abrangente que se tem da cidade, vista da GO-020, próximo à cidade de Senador Canedo. Este ângulo, além de mostrar um pouco da imponência da cidade, se emoldura com um pôr-do-sol daqueles que insistimos em dizer que é um dos mais belos que existem. (Rimene Amaral, jornalista e fotógrafo)
Arquitetura pioneira
O Teatro Goiânia, projeto do goiano Jorge Felix de Souza, é um obra prima do Art’deco brasileiro. Um recorte da arquitetura pioneira de Goiânia, inaugurado em 1942 com o batismo cultural da nova capital. Um exemplar do que estava acontecendo de mais importante neste período na arquitetura mundial e no Brasil – o Art’deco e chega ao centro oeste com a importância devida. O Teatro Goiânia é com certeza nossa obra arquitetônica mais importante. (Marcílio Lemos, arquiteto e fotógrafo)
Fora de compasso
Acrílica sobre tela (2021). Essa obra para mim representa Goiânia muito além da arquitetura do Teatro. Tentei capturar a efervescência do Centro da capital com a sua pluralidade de coisas acontecendo, seus vários tipos e situações que às vezes nós não entendemos muito bem. Goiânia, assim como várias outras capitais, tem gente de todos os cantos o que proporciona esse cenário rico e vibrante. (Diogo Rustoff, artista plástico)
Desigualdades
Goiânia, no auge dos seus 89 anos, está entre as cidades com maior índice de desigualdade social do planeta. A cidade se rendeu ao capital especulativo e imobiliário, mudando o seu cenário sem critérios urbanísticos sustentáveis e humanizados. De um lugar aconchegante e acolhedor, passou a ser uma cidade cinza e desumana. (by David Mendoza, fotógrafo)
Civilização
Uma cidade moderna é desenrolada! Quando fui morar fora do Brasil, foi a primeira sensação que tive quando vi a Ponte de Manhattan, 59th Street Bridge! Pensei: a civilização mora aqui! Hoje tenho o mesmo sentimento quando aponto minhas lentes para a cidade de Goiânia. (Cristiano Borges, fotógrafo)
Bela homenagem! Você como sempre brilhando! Parabéns à nossa querida Goiânia!
Belíssima reflexão!