domingo, 22 de dezembro de 2024

Revolução e involução do Brasil

 

Caros leitores, a atual situação do Brasil é tão inusitada, tão surreal que eu tive que esperar chegar aos 80 para ver a involução da revolução. Lembrando que: o que é revolução para uns é golpe para outros, aliás, a alegação de golpe é para os de sempre. Tudo que não seja do interesse deles é caracterizado como golpe. Lembram da atual governadora das Alagoas gritando no impeachment da PresidentA, é gorpi, é gorpi!! Pois é, esse é o jeitão deles, ganhar no grito, já que os opositores são educados e não gritam.

 

Falando da revolução, lembro que o último presidente do período militar foi João Batista Figueiredo, um general que depois de alguns anos ocupando a Presidência da República e convivendo com políticos, disse em alto e bom som que “já que vocês querem, vou autorizar que esse sindicato se transforme em partido político “e aí nasceu o Partido dos Trabalhadores, na minha opinião, faltaram letras. Eu acho que desde a fundação deveria ser PTBP, ou seja, Partido dos Trabalhadores em Benefício Próprio.

 

Mas voltando ao Gal. Figueiredo, que liberou a criação do partido dos trabalhadores, abrindo caminho para que essa sigla chegasse ao poder alguns anos depois, ele conseguiu que a sua observação se transformasse em realidade. O partido ao chegar ao poder, imediatamente começou a desenvolver o seu plano de ação ao ir gradativamente “esquerdatizando” as escolas, as universidades, e em especial, o serviço público e com isso ganhando adeptos.

 

Afinal, os filiados ao PT eram obrigados a doar ao partido 5% dos seus vencimentos, para garantir recursos para manutenção do sistema petista de ganhar adeptos. Ser do partido era garantia certa de emprego, seja no Governo, nos Estados ou nas Prefeituras. Naquela época “ser petista” sempre ajudava a ser funcionário público ou de ter mais facilidades nas escolas, nas faculdades, afinal esse apadrinhamento rendia bons frutos.

 

O fato é que da revolução para cá as coisas estão sendo invertidas, ou subvertidas. Se no passado a revolução prendia os revolucionários, hoje a justiça prende e cala os defensores da democracia, todos sem exceção falando em nome dela, da democracia, para calar uns e intimidar outros. Estranho que do tempo da revolução para cá os valores se inverteram, hoje temos uma justiça que toma partido, justiça que liberta uns, inclusive da prisão, e libera outros dependendo do seu interesse. Para esclarecer nunca vi justiça que tivesse tantos interesses.

 

Meus caros leitores, definitivamente passamos quase que direto da fase da revolução para a fase da involução, involução do sistema jurídico, do sistema democrático e dos direitos individuais que, bem ou mal estão dentro do livrinho que nos habituamos a chamar de Constituição. Daí me atrevo a perguntar para que serve uma Constituição, se a justiça maior não respeita? Como um cidadão comum se sente ao ver a justiça desrespeitada no “manual de procedimentos” de uma Nação?

 

O que resta ao cidadão trabalhador, pagador de impostos ao ver a justiça do seu País, que deveria estar isenta das disputas, mas que, de uns tempos para cá, resolveu tomar partido e determinar quem deve ser o próximo Presidente da República Federativa do Brasil. Independente da vontade, do voto, ou da preferência desse cidadão?

 

Nessas alturas do campeonato e aos 45 do segundo tempo, sou obrigado a reconhecer que o processo institucional foi para as cucuias e pergunto: o que resta ao cidadão comum? Esse cidadão que passou os últimos 34 anos (desde 1988 quando se estabeleceu a nova Constituição) trabalhando, educando sua família a acreditar na justiça, a respeitar as instituições, a Constituição e as coisas que lá estão escritas?

 

Agora, o que dizer aos meus netos sobre Respeito, Direito, Constituição, Democracia, etc. etc. Todo o tempo que eu passei ensinando essas coisas para os jovens poderia ter sido gasto com pandegas ou temas mais palatáveis para os jovens. Como fico eu? Como hoje eles já são grandes e conseguem discernir sozinhos o certo e o errado, só me resta a sensação de, possivelmente, ter passado muito tempo tentando ensinar o que é certo e o que é errado para nessas alturas da vida ser desautorizado pela “Justiça” do meu País. Ruim né?

 

Hiram Souza é empresário, marketeiro de longa data, aos 80 anos de jornada o que permite ter uma janela holística para o mundo. Com leve humor escreve sobre assuntos ligados à política, comportamento, educação e brasilidade.

 

Este post foi escrito por: Hiram Souza

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