segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Tsunami no bolso prevista para 2024

 

A principal razão para a minha certeza de que ano que vem teremos um furacão ou tsunami econômico e financeiro no País é a desesperada sanha arrecadadora do atual governo. Dia desses, aliás, como de hábito, o presidente quase matou o Fernando Haddad, seu ministro da Fazenda, quando de público reconheceu que: “vamos mudar a meta fiscal.” Todo o projeto do Fernando, que adquiriu o sobrenome de “arrecadador,” e que foi o grande lance dele nos primeiros dias no Ministério, era o tal arcabouço fiscal, que seria o remédio pra tudo, desde consertar a economia, até a unha encravada da primeira-dama, que à época não mandava nada.

 

Então, o arcabouço fiscal está virando pó, assim como todas as medidas de bom senso que recomendam reduzir gastos e racionalizar as despesas, mas essas medidas, redução de gastos e racionalização, não fazem parte dos planos do presidente até porque o dinheiro que está sendo queimando é dos pagadores de impostos, o dele está garantido, segundo Antônio Palloci, ocupante, em priscas eras, do mesmo posto do Haddad, em declaração que embora dita e gravada, não vale mais.

 

Para cobrir a tal meta fiscal, isso que chamam de governo, precisa arrecadar, ainda neste ano, algo como 110 a 150 bilhões. Vamos concordar que nem aqueles petistas empedernidos acreditam nessa fantasia, até porque entramos em novembro, penúltimo mês do ano, e neste caso, nem o Supremo vai poder mudar o calendário sob pena de ser contestado pelo resto do mundo.

 

Vocês lembrar da tal PEC da Transição, aquela também chamada de fura teto. Pois é, o novo governo na época conseguiu de saída um acréscimo de 145 bilhões. O Dr. Gabriel Barros, sócio e economista da Ryo Asset, afirma com todas as letras que: “O governo, desde o início, fez a opção de gastar mais, ampliando seu teto em 2% do PIB”.

 

Quando eu digo que ano que vem teremos fortes tempestades é porque os dados que o Haddad apresentou para um Congresso novinho em folha, ávido por emendas e dinheiro farto, não batem com a realidade, por exemplo: entre as maiores disparidades está a perspectiva de receita vinda pelo restabelecimento do “voto de qualidade” do CARF em favor do Governo nas disputas tributárias: o Haddad prevê 50 bilhões e o mercado aposta em 10 bilhões.

 

Outra piada do Haddad é a nova sistemática de tributação dos cálculos de Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) que o ministro colocou na previsão de arrecadação como 90 bilhões e o mercado prevê 20 bilhões. Piora a cada dia que passa, e já estão se passando 11 meses de um suposto governo que não está nem aí para as consequências da gastança generalizada. Lembram de uma proposta de reforma administrativa que foi feita láaaaaa atrás e que traria uma economia de 180 bilhões em 10 anos? Pois é, parar de gastar não interessa, sempre dá para aumentar impostos.

 

Para encerrar, vou reproduzir aqui um comentário do já citado Dr. Gabriel Barros, da Ryo Asset, que em longa entrevista fala de um estudo publicado no Journal of Economics Perspectives, sob o título Efeitos da Austeridade: “Despesas e abordagens baseadas em impostos que mostram os reflexos indesejados da estratégia ÚNICA de arrecadação sobre inflação, taxa de juros e crescimento do PIB, revela receita não totalmente previsível, gera incerteza e altera as expectativas futuras do mercado. Nossa esperança é que Deus em sua magnanimidade volte a ser brasileiro. Só um pouquinho Senhor!!!

 

 

Hiram Souza é empresário, marqueteiro de longa data, aos 80 anos de jornada o que permite ter uma janela holística para o mundo. Com leve humor escreve sobre assuntos ligados à política, comportamento, educação e brasilidade

 

 

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Este post foi escrito por: Hiram Souza

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