quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Um museu de partir o coração

 

O croata Drazen Grubisic era casado com Olinka. As coisas não iam bem e decidiram se separar. Quando a discussão chegou no ponto de quem fica com o quê eles perceberam o forte impacto emocional que os objetos que carregavam a história em comum exerciam sobre eles. Os dois decidiram então fazer no apartamento onde moravam uma cerimônia solene para repartir os pertences – objetos que simbolizassem o fim de um relacionamento.

 

Assim nasceu o “Museum of Broken Relationships” – ou Museu do Coração Partido –, fundado por Drazen no Zagreb, a capital da Croácia. Ao contrário do que possa parecer, o acervo é divertido, em vez de deprimente; um jeito leve de encarar a dor após um relacionamento desfeito.  A partir de então, começaram a chegar peças de todo o mundo, acompanhada da história de seu significado.

 

 

A princípio os objetos foram e expostos em um palácio barroco do século 18, no centro histórico de Zagreb. Também há exposições itinerantes que rodam o mundo. Cada um deles carregado do sentimento de cada coração partido. Não à toa, foi eleito o museu mais inovador da Europa em 2011.

 

As histórias das peças são muito curiosas. Há o Anão Louco, que foi atirado pela mulher eslovena contra o vidro do carro novo do marido esnobe. Foi parar num pedestal sem um pedaço da cabeça e sem nariz. Outra: o vestido de uma noiva alemã que casou durante uma festa com pompas e circunstâncias. O sonho era uma casa feliz, cheia de filhos. Ele queria ser pai jovem, mas não rolou. A impaciência dele logo enterrou a felicidade de ambos.

 

 

Há também as Cuecas com uma legenda que dispensa muita explicação: “Um tamanho pequeno demais, mas eu não me importava nem um pouco.” O telefone: “Foram 300 longos dias. Ele me deu o celular dele para que não pudesse mais ligar”.

 

Na volta de uma viagem de três semanas aos EUA, a namorada conta que conheceu outra pessoa. “Ela pode me dar tudo o que você não pode”, assegura a moça infiel, que resolve ir viajar com a nova amada. O traído, inconformado, resolve fazer justiça com as mãos – ou, melhor dizendo, com um machado, destruindo toda a mobília da ex.

 

 

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Este post foi escrito por: Britz Lopes

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