Viagens astrais, sensoriais e psicodélicas em disco de estreia do Corujones
Segundo a projeciologia, temos o corpo biológico, o emocional, o energético e o mental e, numa projeção astral, o emocional se separa do biológico. É exatamente isso que acontece quando ouvimos o disco de estreia da banda brasiliense Corujones: viagens emocionais, sensoriais, carregadas de timbres, melodias, harmonias e ritmos.
Em Projeções Astrais, a Corujones mergulha fundo no caos e na beleza da era digital. Com oito faixas cuidadosamente elaboradas, o disco explora os impactos socioculturais que definem nosso cotidiano, revelando uma banda que, apesar de estar no primeiro álbum, já mostra uma maturidade artística impressionante.
Gravado na intimidade acolhedora da Casacajá e com uma faixa bônus captada no Refinaria Estúdios em Brasília, Projeções Astrais captura a crueza e a energia das performances ao vivo da banda. Esta abordagem resulta em um som autêntico e vibrante, evocando a nostalgia das gravações analógicas clássicas.
Entre as faixas, Faroeste Digital se destaca como uma crítica incisiva à nossa realidade hiperconectada. Com letras que falam da influência das big techs e da gamificação de nossas vidas, a música pinta um quadro distópico onde o engajamento e a monetização imperam.
A faixa que abre o álbum, Visão Pineal, mistura percussão e ritmos brasileiros, criando uma sonoridade única que se destaca no álbum. A letra é uma jornada poética sobre sorte, tempo e autodescoberta, com versos como: “É por conta e risco a caminhada / Gaste a sola como preferir / Algo é diferente ou mesmo a gente / Tantos já passaram por aqui / A noite é longa e o sol tem pressa.”
Blues da Metade oferece uma fusão intrigante de arranjos clássicos de blues com momentos psicodélicos. A música, que fala sobre a conexão mística entre duas pessoas, proporciona uma experiência auditiva rica e imersiva.
Toca Raul
E não podemos esquecer da regravação de Sentado no Arco-Íris, um clássico obscuro do rock nacional originalmente gravado por Leno Azevedo e Raul Seixas em 1971 e censurada pelo governo militar da época. A Corujones resgata essa joia, trazendo-a de volta à vida com uma energia renovada e participação especial de Luno Torres, compositor sergipano que deu um toque ainda mais psicodélico nos vocais. Um verdadeiro pote de ouro encontrado no meio dessa obra linda.
Disponível em todas as plataformas digitais, Projeções Astrais é uma deliciosa viagem de emoções, ritmos e melodias e que já coloca a Corujones entre os grandes nomes da psicodelia nacional. Abra seu app de música, aperte o play e prepare-se para essa jornada!
Com: Leonardo Rasuk
