Dez anos sem Millôr
Luiz Gravatá – Ontem fez dez anos que Millôr Fernandes deixou definitivamente sua família e parentes e foi se encontrar com os irmãos Hélio, Ruth e Judith e sua querida Wanda. Também com Fabiana e os amigos Tônia, Antonio Maria, Sergio Porto, Fernando Sabino, Paulo Francis, Zé Aparecido, Rubem Braga, Lerner, Casé, Bianco, Teresa Graupner, Lewgoy, Fernando Torres, Elizeth Cardoso, Ferreira Gullar, Vinicius, Marcito, João Ubaldo, João Bittencourt e tantos outros que já se foram. E já ia me esquecendo de um dos grandes amores de sua vida: Igor. Eu me lembro que sua esposa Wanda me disse que a única vez que viu Millôr chorar foi quando seu poodle Igor morreu. Foi um dos seus grandes amigos.
Entre as centenas de frases e aforismos que deixou, uma é definitiva: “A pior dor é a dor de olvido”.
Felizmente ele é e não será esquecido. Deixou imenso legado nos seus 74 anos de atuação no jornalismo brasileiro.
Os agradecimentos vão para o prefeito Eduardo Paes, que providenciou a restauração do monumento em homenagem ao grande pensador – projeto do saudoso Jaime Lerner e efigie de Chico Caruso – e as placas de localização do “Largo do Millôr”, como bem informou Mestre Ancelmo Goes.
Mas o principal está por vir: o prefeito Eduardo Paes já avisou que logo será instalado um totem no limite do Largo do Millôr com a Praia do Diabo. Ali, diariamente, banhistas jogam frescobol. Millôr foi um pioneiro (consta ser o inventor) desse desporto. O prefeito baixou decreto em 2015 classificando esse esporte como Patrimônio Cultural Carioca de natureza imaterial. Dois coelhos com uma cajadada: Paes homenageia dessa forma, a criatura e o criador. Os agradecimentos vão para o nosso prefeito e para a equipe da SECONSERVA, bem representadas pela sua Secretária Municipal Anna Laura, pela sempre presente gerente de Monumentos e Chafarizes Vera Dias e pelo arquiteto João Luiz Reis da Silva. Como dizem nossos amigos d´além-mar, sem rebuços nem refolhos: “que lhes sejam abençoadas as estrelas de suas vidas”. Que assim seja.
Post escrito por Luiz Gravatá; geólogo e jornalista