sábado, 27 de julho de 2024

A difícil construção da propaganda perfeita!

Cliente! Sem ele a gente não vive, mas partilhamos uma relação cheia de conflitos. Existem várias explicações para isso: insegurança provocada pela sua falta de conhecimento técnico, a sensação eterna que a propaganda não é investimento, mas sim gasto, a ansiedade com a expectativa do resultado da campanha, a pressão do tempo e mais outra dezena de variáveis – aliás, quando a economia está em crise, a primeira coisa que sofre corte é a verba de publicidade, quando deveria ser exatamente o contrário.

O cliente pede que a agência lhe apresente duas ou três ideias diferentes, mostra o trabalho para sua mulher, para a filha que é jornalista, para a amante, depois não aprova nenhuma e pede pra refazer a campanha com o layout de uma, o título de outra e o texto da terceira. Ah, não esquecendo o clássico pedido de “aumentar o seu logotipo”. Nesse ponto, o prazo, que era urgente, já estourou, mas ele aprova para entrar no ar, desde que seja amanhã.

E a agência de publicidade cumpre mais uma vez seu papel de marisco, entre o mar e o rochedo. Fica no meio do conflito entre os fornecedores que executarão o job e a pressão do cliente em ter a campanha no ar naquele momento. Agência fica ouvindo do veículo que o prazo de entrega do material já está estourado. Um lado quer prazo para entregar o melhor trabalho possível, o outro quer compensar a demora na aprovação apertando o prazo de execução.

Nosso trabalho, o que a gente cria, é uma coisa intangível. Quando você quer comprar uma roupa, vai até a loja e compara as alternativas dentre tantas opções que o comércio de vestuário lhe oferece.

Na publicidade isso não acontece. Não trabalhamos com ideias prontas na prateleira. Trabalhamos com a eterna possibilidade de aquela campanha dar certo, e minimizamos o erro usando nosso conhecimento sobre técnicas de comunicação, psicologia das massas, pesquisas comportamentais e de mercado, painel de consumidor e mais um monte de coisas.

Mesmo assim, sempre existe alguma chance de dar errado, o consumidor pode não ter entendido o que a comunicação quis passar.

Eu mostrei aí acima um pouco da cabeça do nosso cliente, disse que ele não tem conhecimento técnico sobre publicidade. Mas isso não quer dizer que ele não possa ser criativo. Já consegui gerar muitas soluções usando a visão do cliente sobre seu negócio, moldando às técnicas de comunicação. Cada cabeça, uma sentença! E segue o baile!

 

Arte: colagem digital by João Colagem

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Este post foi escrito por: Marco Antônio Chuahy

As opiniões emitidas nos textos dos colaboradores não refletem necessariamente, a opinião da revista eletrônica.

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