A paz do mundo dependia dos EUA e ninguém sabia
Hiram Souza — Caros, após meses escrevendo sobre as mazelas brasileiras estou propenso, temporariamente, a escrever sobre as mazelas alheias; até porque as nossas parecem ser infindáveis. Justiça que não é justa, segurança que não tranquiliza, saúde que deixa a gente doente e por aí vai. Tudo se transforma em providências que garantam antecipadamente a eleição em 2026 para eles.
Cansado disso, resolvi escrever sobre as mazelas alheias, as mazelas americanas, por exemplo, que em função da eleição do Trump, estão em moda e assustando o mundo. Não sei vocês, mas eu não tinha a mínima ideia do volume de dinheiro do contribuinte americano jogado nas mais diversas causas de esquerda no mundo. E o que eu acho muito divertido é que a esquerda americana não tem nada que ver com essa esquerda propalada por aí e muito menos com a esquerda sul-americana.
Cabe na cabeça de alguém que conheça razoavelmente o sistema americano, ou tenha vivido nos Estados Unidos, que esse cidadão quer o comunismo por lá? Desde 1940, o senador Raymond McArthy conseguiu criminalizar a prática de comunismo naquele País. Então, quando a nossa esquerda ou a esquerda dos vizinhos pretende ter posição igual, cometem erro grave. Vocês acham que o cidadão americano topa invasão de terras, invasão de propriedade privada? Topa a cartilha da esquerda? Sem chance.
O que estamos presenciando na gestão Trump, que usa a prática de chamar o partido Democrata de esquerda, é dar satisfação para quem votou nele. Creio que nenhum de nós tinha ideia do volume cavalar de dinheiro do contribuinte americano que vinha sendo distribuído para programas ditos de esquerda e que na verdade estavam enriquecendo governantes, dirigentes e políticos ao redor do mundo. Os programas financiados pelos americanos se resumem numa montanha de dinheiro, mas esses dólares saíram de lá com certeza e com a cumplicidade de cidadãos americanos que se beneficiaram disso. Afinal, o fato de ser americano não é necessariamente um certificado de honestidade.
O tal DOGE, Departamento de Eficácia Governamental, que vêm sendo dirigido pelo megaempresário Elon Musk, está se divertindo muito com o barulho criando. Alguns barulhos são amplamente justificados, como o gasto de US$ 8 milhões em estudos para transformar camundongos transgêneros. US$ 10 milhões para um programa de circuncisão masculina em Moçambique, US$ 32 milhões para subvencionar a campanha de esquerda na Moldávia. Quando eu digo que o Musk está se divertindo é porque sob a rubrica de “investimentos no exterior” o contribuinte americano tem mandado para fora do país montanhas de dinheiro.
Por outro lado, com a chiadeira, ficou claro que a Europa vem há anos se escudando no poderio bélico americano, sem maiores preocupações com a sua segurança. Organizações internacionais como ONU, OTAN, USAID, BANCO MUNDIAL e outras importantes instituições vêm sendo bancadas com dinheiro do contribuinte americano, 2/3 dos investimentos em segurança no mundo sai do orçamento americano. 42% do dinheiro que financia toda a ajuda humanitária saem do orçamento americano.
Honestamente não tenho a mínima ideia dos rumos que essas ações vão tomar, mas lembro de uma teoria em administração segundo a qual, remédio ruim deve ser dado logo no início e de uma só vez.