quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

Bari, terra do orecchiette com Primitivo

 

Depois de Londres, longo voo até Bari, Itália. Na imigração já se pôde perceber que os italianos da Puglia primam pela bagunça organizada. Nas ruas sujas, italiana linda e alta, em botas de chacrete, atira lixo na calçada e segue a passos largos indiferente ao gesto naturalmente nada ecológico. No albergue super desqualificado, logo pela manhã funcionária lixava as unhas na mesa destinada às refeições. E o serviço parado. O primeiro café da manhã foi composto de macchiato, espécie de leite com café, acompanhado de croissant recheado de creme.

 

Na sequência, não foi fácil me entender na empresa de telefonia para aquisição de chip. Em parte por não falar italiano em parte pela lentidão da manhã. Por conta do aguaceiro com cara de tempestade, tivemos de interromper a exploração do Centro Histórico e caímos em um destes restaurantes pega-turistas. O vinho Primitivo era generoso e de bom custo. Já o orecchiette, pasta originária da Puglia, foi servida em pomodoro com sabor de tomate enlatado e a ricota tinha procedência fraca. Quem mandou no extremo Sul da Bota parar em restaurante que serve carne uruguaia como prato principal?

 

 

Aí o sol veio com força, dissipou as nuvens e trouxe céu de azul abundante. Tivemos de refazer parte da exploração de Bari em busca fotografias melhores e honesto tiramisù. Depois de 13 km de bateção de pernas, compramos água e algum outro produto que faltava no sensacional apartamento que simplesmente inauguramos. Aquele cheiro de tinta no ar no ambiente zero bala. A noite foi grande em vinoteca de alto nível para superar a roubada do almoço. Foi servida sequência de oito pratos, dois à base de atum fresco. Alta gastronomia a preço longe de ser astronômico.

 

 

Bari é banhada pelo Mar Adriático. Por ser porto, tem águas muito mexidas pelos navios e algum odor de banheiro de albergue provocado pela proliferação de algas. Não tem aquele azul transparente típico e esperado, a exemplo da Croácia. Por outro lado, a população é gentil e bem-humorada. Há muitos recursos turísticos e bastante gente do Norte da Europa a fugir do frio e das amarras sociais do estritamente correto. Pessoas de mochila em busca de saliências amorosas e bagunça. Bari é muito interessante e deve ser considerada como base à exploração de cidades como Matera e Alberobello nas regiões da Puglia e Basilicata. Não é nada de outro mundo, mas há transporte público disponível para gente como eu que odeia andar de carro.

 

 

 

Marcio Fernandes é jornalista

Fotos: Marcio Fernandes

Este post foi escrito por: Marcio Fernandes

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