segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Calgary, uma cidade em preto e branco

 

Ailton Lima  –  Falo claramente de Calgary, Canadá, hoje, no inverno, bem diferente do seu curto colorido verão. O inverno calgariano é espesso, em frio e duração. O que não a deixa menos bonita. Muita gente embeleza fotos coloridas com efeitos em preto e branco. Calgary, nessa época, é natural e belamente em preto e branco.

 

 

Mesmo com o frio de “alascar”, não é raro cruzar com pessoas de bermuda e minissaia sorrindo na rua. O que não é difícil de explicar. Cidade do porte de Goiânia, que foi eleita recentemente a cidade mais mal educada do Brasil pelo estresse do nada funciona, Calgary convive com o seu funciona tudo. Trânsito, respeito ao pedestre, custo de vida, empregos de sobra para qualificados, limpeza urbana e aí vai.

 

 

É uma cidade de um planejamento assustador. Ruas e avenidas largas, sem nenhum problema de tráfego ou de estacionamento. O transporte público é impecável. A cidade é 90% horizontal e 10% vertical. Já foi considerada a de melhor qualidade de vida do mundo. E o mais curioso é que Calgary tem 148 anos e Goiânia, 89. Então o clima passa desapercebido, diante do calor do bem-estar.

 

Às vezes têm-se a impressão de estar dentro de um filme do Harry Potter. Mais um charme entre pubs irlandeses, cozinhas asiáticas e padarias francesas. De Chinatown a 17th Avenue, de Prince’sIslandPark a Kensington. Tudo contagia.

 

 

Hoje é uma cidade cosmopolita, sendo aculturada por gente de toda a parte do planeta. E é muito comum se cruzar com brasileiros o tempo todo, que já somam mais de 50 mil ali imigrados.

 

Um lado soberbo é que o Canadá é o terceiro maior produtor de petróleo do mundo, e 97% desse petróleo estão na província de Alberta, onde fica Calgary. Mas eles se orgulham mesmo é do seu lado western, de faroeste desbravador, onde está o maior e mais bonito rodeio do mundo, o Calgary Stampede.

 

 

À noite, a torre de Calgary aquarela o inverno implacável ali presente, que chega a -39c. Um frio que, uma vez ao mês, é amenizado pelo vento Chinook (devorador de neve, na linguagem indígena), chamado também de vento Foehn em outros países, que desce quente das montanhas e aumenta a temperatura em até 20 graus. Um inverno de se atrever, curtir a navalha na carne e alegrar-se em sofrer.

É preto no branco.

 

 

Ailton Lima é publicitário

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Este post foi escrito por: Britz Lopes

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1 comentários em "Calgary, uma cidade em preto e branco"

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