sábado, 27 de julho de 2024

Carga pesada: é preciso renovar a frota

 

A frota de caminhões rodando pelo país cresceu significativamente em 2021, com aumento de 2,9% em relação ao ano anterior. As informações são do Sindipeças. Esse crescimento está relacionado aos bons resultados do agronegócio, mineração e construção civil, aumento de volume de exportação e necessidades decorrentes de entregas do e-commerce. Mas, por outro lado, a idade média da frota entre os caminhões aumentou atingindo onze anos e onze meses, em 2021. Esta média equaliza dados com uma realidade diferente pois, a grosso modo, as empresas transportadoras trabalham com veículos mais novos com menos de 10 anos de uso e os transportadores autônomos com veículos acima de 15 anos de uso. De acordo com dados da Secretaria Nacional de Trânsito, do Ministério da Infraestrutura, há mais de 3,5 milhões de caminhões em circulação no Brasil. Desse total, cerca de 26% têm mais de 30 anos de fabricação.

 

Para reversão desses dados são necessários incentivos para renovação da frota e conscientização sobre os benefícios para os condutores autônomos e frotistas. Segundo Luiz Mauro de Castro Santana Alvarenga, diretor da Águia Diesel, empresa do segmento de reparação de sistemas de injeção aplicados em veículos diesel, ao adquirirem veículos mais novos eles contarão com novas tecnologias automotivas que, além dos aspectos ambientais, como a redução da emissão de gases poluentes, trazem também maior conforto e segurança para os motoristas, possibilitam uma gestão do veículo através de diagnósticos de falhas e defeitos que reduzem, assim, custos com manutenção e contribuem para diminuir o consumo de combustíveis. “Isso melhora os resultados financeiros tanto para empresas do ramo quanto para o caminhoneiro autônomo”, constata ele.

 

Sobre o momento ideal para a renovação da frota, tanto para empresas quanto para o caminhoneiro autônomo, sugerindo uma idade do veículo inferior a 10 anos, é válido abrir um parêntese para a manutenção preventiva dos veículos em geral e para os caminhões com maior atenção, pois exerce uma relação direta com o retorno financeiro. A manutenção preventiva quase que diária é muito importante para uma vida útil maior e mais rentável. A substituição de filtros e trocas de óleo dentro dos prazos estabelecidos pelos fabricantes são exemplos que trazem muitos benefícios. “Quanto maior forem os cuidados, maior será tempo de retorno financeiro positivo às empresas e aos trabalhadores autônomos”, alerta Luiz Mauro.

 

Através dessas práticas simples é possível um melhor controle da média de consumo de combustível e também redução de gastos desnecessários com substituição precoce de peças. Empresas do segmento de reparação de sistemas de injeção aplicados em veículos diesel observam como a manutenção preventiva influencia na vida útil dos componentes, tanto dos sistemas mecânicos quanto dos eletrônicos. Quanto menor for o cuidado com os filtros de combustível, por exemplo, menor será a durabilidade das peças, ou seja, “se o filtro não atua retendo partículas nocivas, os componentes sofrerão danos precoces e farão com que o veículo não tenha um desempenho satisfatório tanto em força quanto em consumo”, explica ele. “Um tempo normal ‘X’, projetado pelos engenheiros dos fabricantes para a substituição de componentes, levando-se em conta o desgaste natural da peça, acontece em muitos casos na metade do tempo de vida devido à falta desses cuidados”, alerta. Atuar preventivamente é uma grande estratégia para que o veículo sempre dê o retorno esperado.

 

 

Tecnologia

Nos últimos 10 anos a tecnologia avançou muito e trouxe vários benefícios, tanto para o meio ambiente quanto para os caminhoneiros e empresas de transporte. “Vislumbramos um futuro próximo com aumento de novas pesquisas e testes com o objetivo de trazer mais soluções limpas e diversas a serem implantadas”, disse.

 

De acordo com Luiz Mauro, ao renovar a frota de veículos pesados “daremos um passo à frente para o acesso às novas tecnologias, tanto do caminhoneiro autônomo quanto dos frotistas”. As vantagens não contemplarão somente o setor, mas, sim, o Brasil como um todo. “Somos um país extenso, que tem no transporte rodoviário seu principal meio de escoamento, desde os itens básicos para subsistência até produtos manufaturados da mais alta tecnologia”. Luiz Mauro lembra, como exemplo, das grandes indústrias no Nordeste brasileiro que são atendidas com componentes produzidos no Sul do país. Essas grandes distâncias quando atendidas de forma eficaz, sem contratempos como uma parada não programada devido à necessidade de manutenção emergencial de um veículo, é uma grande aliada no desenvolvimento do país pois reduz custos de logística, otimiza o tempo de entrega dos produtos podendo aumentar a capacidade de produção da indústria nacional, viabiliza o agronegócio e inúmeros setores da economia.

 

Quanto ao meio ambiente, é visível a preocupação e o investimento mundial em pesquisas com o objetivo de aprimorar meios sustentáveis para o setor continuar crescendo de forma limpa. Empresas que atuam no setor de reparação de componentes do sistema de injeção aplicados nos motores movidos à diesel, têm respaldo de grandes indústrias automotivas mundiais que seguem à frente em pesquisas para trazer tecnologias cada vez mais limpas para o setor. Com a outorga dessas indústrias, os técnicos têm acesso aos treinamentos e atualização permanente quanto às novas tecnologias e regulamentações. Para as empresas, o uso de produtos ecossustentáveis são essenciais e contribuem na melhoria da qualidade de vida das pessoas e na preservação do planeta.

 

 

Desafios

Um dos grandes desafios é que a maior parte dos caminhões antigos está nas mãos de autônomos que dependem do veículo para a sobrevivência. A lei de apoio à renovação da frota de caminhões e ônibus sancionada em setembro deste ano e que cria o Programa de Aumento da Produtividade da Frota Rodoviária no País (Renovar) seria o início da solução para o problema. Um incentivo alcançável, principalmente para os caminhoneiros autônomos seria um dos fatores mais importantes nessa balança. “Proporcionar o acesso às novas tecnologias que abrangem desde o conforto e segurança até os aspectos ambientais, como a redução de gases poluentes, é, sem dúvida, um passo à frente para avançarmos na qualidade desse transporte modal em nosso país”, sentencia Luiz Mauro.

 

Renovar a frota de veículos de transporte rodoviário de mercadorias, ônibus, micro-ônibus e implementos rodoviários, além de retirar de circulação veículos no fim de sua vida útil, vai reduzir os custos da logística no país, aumentar a produtividade, a competitividade e a eficiência do transporte rodoviário. E essa renovação também vai gerar impactos positivos na competitividade dos produtos brasileiros e contribuir para a diminuição dos níveis de emissão de poluentes pela frota rodoviária.

 

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Este post foi escrito por: Rimene Amaral

As opiniões emitidas nos textos dos colaboradores não refletem necessariamente, a opinião da revista eletrônica.

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