sábado, 27 de julho de 2024

Claes Oldenburg morre aos 93 anos

 

O artista pop Claes Oldenburg, conhecido em todo o mundo por suas extravagantes esculturas públicas retratando objetos do cotidiano – um prendedor de roupa, uma colher com uma cereja e até um vaso sanitário – morreu aos 93 anos.

 

“Estou profundamente triste com a perda de Claes Oldenburg, um grande artista e também um bom amigo”, disse sua galerista de longa data, Paula Cooper. “Foi emocionante trabalhar com Claes, cuja visão estranha das coisas era deliciosa e podia mudar completamente o humor de alguém.”

 

Claes Oldenburg, escultor pioneiro do movimento da Pop Art / Foto por Raimond Spekking pelo Wikimedia Commons

 

Quando Cooper conheceu Oldenburg, em meados da década de 1960, “ele já era notavelmente forte entre seus pares”, disse ela. “O trabalho surpreendentemente original foi extremamente influente para muitos artistas que foram afetados por sua liberdade de pensamento e modo radical de expressão.”

 

Oldenburg também trabalhava com a megagaleria Pace, desde 1960. Em comunicado, o fundador da Pace, Arne Glimcher, disse estar “honrado por ter essa grande amizade com um dos artistas mais radicais do século XX. Além de seu papel inextricável no desenvolvimento da Pop Art, ele mudou a própria natureza da escultura e sua influência pode ser vista até hoje”.

 

 

Oldenburg trabalhou frequentemente com sua esposa, Coosje van Bruggen (que morreu em 2009), para produzir esculturas monumentais, que agora são exibidas com destaque em museus e jardins públicos em todo o mundo. Quando ele começou sua colaboração com van Bruggen, “o trabalho tornou-se maior e mais ousado”, segundo Cooper.

 

O Whitney Museum realizou realizou uma retrospectiva do trabalho de Oldenburg em 2009, consolidando o status do artista como um dos pesos pesados da arte pop ao lado de  Roy Lichtenstein e Andy Warhol.

 

Oldenburg nasceu em 1929 em Estocolmo. Ele passou grande parte de sua infância vivendo entre os EUA, Suécia e Noruega devido ao trabalho de seu pai como diplomata sueco. Oldenburg estudou na Universidade de Yale antes de frequentar a Escola do Instituto de Arte de Chicago.

 

Em 1956, mudou-se para Nova York, onde ficou fascinado com a estética das ruas da cidade: vitrines, pichações, propagandas… Alguns anos depois, ele abriu a mostra “The Store”, uma loja em pleno funcionamento no Lower East Side de Manhattan, onde ele vendia sorvete, laranjas, cigarros, chapéus e sapatos – todos fundidos em gesso.

 

Um dos trabalhos da mostra, Yellow Girl’s Dress, foi vendido por US$ 1,7 milhão na Sotheby’s New York em 2008. Observando a raridade de um trabalho de “The Store” no mercado, o ex-especialista contemporâneo da Sotheby’s Anthony Grant disse que Claes “era realmente o escultor daquele movimento pop de primeira geração”.

 

O preço mais alto até o momento para uma obra de Oldenburg em leilão é de US$ 3,6 milhões, alcançado na Christie’s de Nova York em 2015 para Clothespin Ten Foot (1974).

 

 

Quando comparado aos altos preços alcançados até hoje por muitos dos artistas pop, o mercado de Oldenburg pode parecer relativamente modesto. Observadores dizem que isso se deve à escassez de material preparatório como desenhos e maquetes no mercado, bem como ao desafio de possuir e manter uma grande escultura ao ar livre.

 

Como resultado, muitas de suas obras são adquiridas por instituições. Spoonbridge and Cherry (1985), por exemplo, uma escultura maciça de uma colher com uma cereja no topo que se inclina para um lago, feita em parceria com a esposa, é uma de suas obras mais amadas e está em exibição permanente no Walker Art Center em Minneapolis.

 

No ano passado, uma enorme espátula de jardim foi revelada no Rockefeller Center, marcando a primeira instalação pública de Oldenburg e Van Bruggen na cidade de Nova York em mais de 20 anos.

 

 

Com: Revista Dasartes

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Este post foi escrito por: Britz Lopes

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