sábado, 12 de outubro de 2024

Entre Pasárgada e o passado

 

Hiram de Souza – Meus amigos e amigas! Nesta fase do Brasil, gostaria de me mudar para Pasárgada, mas lá está o Manoel Bandeira dizendo tudo que eu pretendia fazer por lá; portanto sobra pouco espaço para o que eu que gostaria de fazer se lá estivesse.

 

Assim, sou obrigado a ir para o passado, onde vi e aprendi que existiam governos e pessoas preocupadas com o futuro do País que habitam. Eles e seus conterrâneos viviam relativamente em paz, tinham alguma segurança e podiam dizer o que pensavam, sem medo de serem presos ou terem seus perfis retirados das redes sociais e onde, principalmente, a Constituição era respeitada.

 

Creio que alguma coisa aconteceu no decorrer desses últimos anos em que o interesse geral passou a ser a pessoa e somente ela. O resto, coletivo, sociedade, que se lasquem. Estamos vivendo num período em que os interesses coletivos foram colocados de lado em prol dos interesses pessoais. E pior, quem coloca os interesses pessoais acima dos coletivos são as nossas autoridades. Aqueles que escolhemos com nossos votos para nos representar.

 

A covardia, o medo, a falta de comprometimento com o futuro têm calado a sociedade, que, atônita está vendo a justiça do Brasil ser levada para a prática da justiça seletiva, onde os amigos do rei podem tudo e aos demais sobra a dureza da lei.

 

“Em Pasárgada tem tudo. É outra civilização. Tem um processo seguro de impedir a concepção.” Escreveu Manoel Bandeira, provavelmente antevendo um período em que a concepção dos indivíduos, das ideias e dessas práticas seriam divergentes dos anseios do povo.

 

Recentemente o empresário Elon Musk, em defesa dos seus interesses e longe das garras da “justiça” local, resolveu contar para o mundo o tipo de justiça que vem sendo praticada no Brasil.

 

Vergonha! Vergonha para um País com mais de 200 milhões de habitantes e acovardado, submisso por meia dúzia de autoridades que não representam os interesses da maioria dos brasileiros. Parodiando Manoel Bandeira, “Vou-me embora pra Pasárgada, aqui não sou feliz” E complemento: Lá não existe a aventura de modo inconsequente, de uma justiça louca e demente, que vem ser contraparente do Presidemente que faz o povo infeliz.

 

Caros amigos e amigas, desculpem esse autêntico assassinato do belíssimo poema de Manoel Bandeira, mas é assim que me sinto no Brasil atual ao conviver com uma justiça capenga a serviço da política partidária, sustentando um governo que usa o sofisma de chamar a compra de congressista de “emenda parlamentar”. Desculpem, mas é “pra lamentar” o que está acontecendo em nosso País.

 

 

Ilustra: Foto de Pasárgada, que era uma cidade da antiga Pérsia, atualmente um sítio arqueológico na província de Fars, no Irã, situado a 87 quilômetros a nordeste de Persépolis.

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Este post foi escrito por: Hiram Souza

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