sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Escritora premiada, Lêda Selma é homenageada em documentário

 

Ao homenagear uma das mais produtivas e reverenciadas escritoras em Goiás, o documentário “Lêda Selma: Trajetórias, Desenhos e Voos – Fazedora de Poesias”, de Nelson Santos, apresenta o criativo percurso da escritora, educadora e gestora, e sua grande importância para a cultura goiana. O filme em curta-metragem (30 minutos) será lançado no dia 3 de dezembro, às 19 horas, na União Brasileira de Escritores – secção Goiás e contará com uma exibição especial, com a presença da autora, Lêda Selma, no Colégio Estadual José Honorato, no dia 2 de dezembro de 2024, às 14 horas, no Bairro Popular. A entrada será gratuita para toda a população.

 

O curta-metragem conta com roteiro, argumento e produção de Cida Borges, Especialista em Literatura Brasileira Contemporânea (UCG) e Mestre em Comunicação e Semiótica (PUCSP). Foi professora na atual PUCGO por 30 anos e professora substituta na Universidade Federal de Goiás (UFG), e há cerca de 20 anos tem-se dedicado à Produção Cultural. Ademir Luiz, presidente da UBE/GO, assina a cinematografia do curta. O documentário foi produzido por meio de recursos do Fundo de Arte e Cultura de Goiás (FAC 2023), e traz depoimentos de nomes expressivos da cultura regional, nacional e internacional, como Gilberto Mendonça Teles, NasrChaul, Maria Helena Chein, Maria de Fátima Gonçalves e Edival Lourenço.

 

Literatura universal – Entre a poesia, a crônica e o conto, Lêda Selma apresenta uma profunda conexão com as artes desde criança. A direção do  videodocumentário  é de Nelson Santos, e nasceu da necessidade de ressaltar, por meio de uma homenagem, o papel  de Lêda Selma na literatura e na cultura goianas — autora de excelência que traduz, em sua obra, o caráter universal da literatura.

 

“O filme traz diferentes óticas que indicam a trajetória dessa mulher que, sem dúvida, é um ícone da arte e da cultura goiana, que também tem promovido atividades artísticas inclusivas, ao longo dos anos, nas escolas públicas e na Academia Goiana de Letras (AGL), da qual foi presidente por dois mandatos”, destaca Nelson Santos. Ele ressalta também o importante papel da autora nas instituições educacionais goianas, inclusive para pessoas com deficiência visual, promovendo e difundindo a literatura e a arte goiana de forma inclusiva e acessível.

 

Para a roteirista e produtora Cida Borges, a literatura de Lêda Selma é movida pela musicalidade e pelo imaginário coletivo, apresentando interface com as artes visuais, sonoras e cênicas, e se encontra impregnada de imagens representativas da goianidade. “Ela é criativa e original, e em sua obra convida o receptor a participar das paisagens propostas, revelando narrativas memoráveis”, destaca.

 

Legado poético

 

Lêda Selma apresenta uma profunda conexão com as artes desde criança. A autora, baiana de Urandi, se mudou para Goiás ainda criança. “Quando eu era menina e me perguntavam o que eu queria ser quando crescer, eu não dizia que queria ser escritora, mas sim ‘fazedora de poesia”, recorda-se Lêda Selma.  Ela conta também sobre uma caixa com letras em madeira que ganhou dos pais, o que acentuou sua paixão pela magia das palavras. “Eu reunia as letras e com elas já dizia que fazia poesia”, lembra a autora.

 

“Quando é perguntada se produz crônicas ou contos, ela costuma dizer que é crontista, uma brincadeira com a junção de gêneros literários”, observa a roteirista Cida Borges. Lêda Selma foi presidente por duas vezes da Associação Goiana de Letras (AGL) e publicou 16 livros, muitos deles premiados e reconhecidos na esfera nacional e internacional. A autora foi laureada em 2020 com o Troféu Jaburu, a mais importante comenda da cultura em Goiás.

 

“Além do Jaburu, e a presidência por duas vezes na AGL, ser homenageada com este documentário é um grande incentivo. A cada conquista, aumenta a responsabilidade de fazer jus a este reconhecimento”, comenta a escritora.

 

NasrChaul, historiador, compositor e ex-Secretário de Cultura do Estado de Goiás, é um dos entrevistados do documentário. Ele define a autora como uma poetisa de nascença, que cria nuances por meio do cotidiano, lembrando que ela é uma baiana de origem e uma goiana de coração. Ele complementa que Lêda Selma tem contribuído “para o processo de  transição para a nossa goianidade contemporânea, em contraponto à goianidade pejorativa, que os europeus do século 19 nos deixaram”.

 

Para a escritora Maria de Fátima Gonçalves, Lêda Selma é pródiga em neologismos e “convida o leitor a achar que é ele mesmo quem escreve”, em conexão com a obra. “Ela oferece um caminho ao leitor, como no poema Voa, do livro à Deriva“, destaca Maria de Fátima.

 

Gilberto Mendonça Teles, um dos intelectuais mais conhecidos no circuito literário, goiano, brasileiro e internacional, como crítico literário e poeta, destaca não só a poética da renomada autora, mas também seu lado de ativista cultural. Ele ressalta que ao longo dos anos Lêda Selma acumulou diversas ações para a difusão da cultura goiana, ressaltando iniciativas importantes da homenageada, como a postagem de poemas goianos em diversos pontos da cidade, dentre eles, no muro do estacionamento da Academia Goiana de Letras.

 

A ação também contemplou outros locais como o painel eletrônico do Estádio Serra Dourada, além da reprodução de poemas de autores goianos em cartões telefônicos, jogos de baralho e, também, nas paredes internas do Hospital Estadual de Urgências de Goiânia Otávio Lage (HUGOL). Em 2022, Gilberto Mendonça Teles prefaciou a Coletânea Travessias e Travessuras (Editora Batel), que reúne sete livros publicados. “Sua obra é opulenta e delicada; transita livremente, atualizando sua forma de expressão poética contemporânea”.

 

O documentário conta ainda com depoimentos do escritor Edival Lourenço e da escritora Maria Helena Chein. A trilha sonora é preciosa como sua poesia, com participação especial de Ivan Lins, que musicalizou o poema de Lêda Selma, interpretada pela voz belíssima de Cláudia Vieira.

 

Sobre Lêda Selma

A renomada escritora Lêda Selma nasceu na Bahia, em 1950, em Urandi, mas se mudou ainda criança com a família para Goiânia. Como estudante do Colégio Santo Agostinho, ela deu seus primeiros passos na escrita, ajudando a fundar o jornal Juventude, ao lado de outras colegas.

 

Após se formar no magistério, cursou Letras Vernáculas na Universidade Católica de Goiás (UCG) e pós-graduação em Linguística pela Universidade Federal de Goiás (UFG). A autora manteve paralelamente a educação com a literatura, destacando-se como poetisa, contista e também como cronista, assinando crônicas no Diário de Manhã e Folha de Goiás. Autora de 16 livros, ela foi por duas vezes presidente da Academia Goiana de Letras e, ao longo da carreira, ganhou diversos prêmios literários, tendo participado de antologias nacionais e internacionais. Entre suas obras destacam-se “Das Sendas à travessia”, 1986; “A dor da Gente”, 1988; “Erro médico: uma ferida social”, 1991; “Pois é, filho”, 1997;  e“Silencios de viento y mar” (bilíngue), 2003; “Hum!… sei não”, 2005; e “À Deriva”, de 2005, além da coletânea Travessia e travessuras, de 2022, com prefácio de Gilberto Mendonça Teles. Em 2022, na Academia Goiana de Letras (AGL), entidade que presidiu por dois mandatos, ela foi homenageada com o Ano Cultural Lêda Selma.

 

 

Sobre o filme: “Lêda Selma: Trajetórias, Desenhos e Voos – Fazedora de Poesias”

Direção: Nelson Santos

Direção de fotografia: Carol Borges

Trilha sonora: Claudia Vieira, que canta “Voa”, poema de Leda Selma musicado por Ivan Lins; Beethoven (Sonata para piano, número 8)

Design gráfico: Yasmin Lopes e Carol Borges

Montagem, edição de som e finalização: Yasmin Lopes

Trailer, vinheta: Yasmin Lopes

Apoio financeiro: Fundo de Artes e Cultura de Goiás (FAC 2023) – Secretaria de Cultura do Estado de Goiás – SECULT/GO

 

Sobre os realizadores:

Nelson Santos: Diretor, fotógrafo e cinegrafista, é natural de Anápolis. Iniciou-se na carreira fotográfica na cobertura do acidente radiológico do Césio-137, em 1987. Desde então, passou a trabalhar como repórter fotográfico cultural, urbano e ambiental, realizando exposições e cobrindo eventos como Bienais, lançamentos de livros e várias edições do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental de Goiás desde a primeira, dentre outros. Como diretor assinou os documentários “Rememórias”, sobre Carmo Bernardes (1999), “Anjo azul” (2003), sobre o acidente radiológico ocorrido em Goiânia e “Campininha das flores” (2010). Também foi membro do Conselho Municipal de Cultura em quatro gestões.

 

Cida Borges: Produtora, roteirista e ativista cultural, assina o roteiro e a produção do documentário Anjo Azul (2003) e a direção do documentário Manifesto da Cozinha Goiana (2024), a ser lançado em breve. Especialista em Literatura Brasileira Contemporânea e Mestre em Comunicação e Semiótica, foi professora por 30 anos na PUCGO e na UFG (substituta). Há mais de 20 anos tem atuado na área artística e cultural goiana, como roteirista, produtora executiva e projetista.

 

SERVIÇO:

Lançamento do filme: “Lêda Selma: Trajetos, Desenhos e Voos – Fazedora de Poesias”

Direção: Nelson Santos

Data: Dia 03 de dezembro/2024, às 19h, na União Brasileira de Escritores – secção Goiás (UBE-GO), à Rua 21, Centro

Entrada franca

Exibição especial: Dia 02 de dezembro de 2024, às 14h, exibição especial no Colégio José Honorato, à rua 59, nº 176, Centro

Entrada franca

Com: Rute Guedes

Este post foi escrito por: Britz Lopes

As opiniões emitidas nos textos dos colaboradores não refletem necessariamente, a opinião da revista eletrônica.

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