sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Micos de outros carnavais

Não, não! Este não é um relato do glamoroso carnaval veneziano. Trata-se da exposição pública de quem já pagou algum tipo de mico durante o reinado de Momo. Porque, vamos combinar: álcool em demasia com saliência idem nunca vai resultar em comportamento aceitável.

Elpídio amanheceu assim naquele carnaval de 1979

 

O jornalista Elpídio Fiorda tem fresca lembrança do desastroso carnaval de 1979. Estava ele na cidade de Taiuva, interior de São Paulo; terra da mãe dele, onde viveu a infância e adolescência. Destino também de suas férias e datas comemorativas, como o carnaval. Naquele ano, como de costume, reuniu-se com os amigos para formatar o bloco. O tema era mendigos de rua. Ele, devidamente paramentado, bebeu tanto que amanheceu o dia deitado na varanda do clube. No outro dia, a foto, que corajosamente ele resgatou, ganhou mil cópias e foi distribuída na cidade. Nota dez em originalidade!

Em comemoração bem mais comportada, lembra do carnaval de 2007. O cenário era o famoso Bar do Elpídio no Mercado Popular da 74; o tema, uma homenagem à saudosa colunista Maria José. Foi uma noite com a banda Nóis é Nóis, do músico Xexéu, que só tocou manchinhas carnavalescas, revivendo os bons tempos. O espaço recebeu aglomeração recorde de 800 pessoas a bordo das mais variadas fantasias.

José Augusto à época e hoje

 

Mico com ágio foi pago por José Augusto de Sousa e Anna Paula Guerra, na época do Plano Cruzado. Ele, de smoking e Maisena no cabelo para fazer o grisalho do então presidente José Sarney; ela, de vestido rabo de peixe prateado era a Dama da Inflação. Eles pegaram emprestado o carrinho de supermercado do prédio e foram para a festa. José entrou no salão empurrando o carrinho com Anna Paula aboletada dentro. A banda até parou; todos os olhos se voltaram para eles – que eram os únicos fantasiados da noite pré-carnavalesca.

Lili e sua paixão pela verde-rosa

 

A RP Lili Moreira adora o carnaval carioca. Ele é fã de carteirinha da Mangueira. Também já curtiu, e muito, a festa em Salvador. Foi lá que, atrás de um trio elétrico, entrou num bloco de rua e seguiu a farra dispensando as latinhas de cerveja vazias e tratando logo de alcançar outra cheia. Ficou tão pra lá de Bagdá que um casal de idosos que ela nunca havia visto a encontrou muito ruim no toalete e a levou pra casa deles. A acolhida foi tão espontânea que ela acabou ficando mais um dia. “Sou amiga deles até hoje”, conta.

Edu Guedes, hoje totalmente recuperado

 

Eduardo Guedes nunca chegou a pagar mico, que ele se lembre. Mas tem na memória o melhor dos carnavais, quando desfilou pela primeira vez na escola de samba Beija-Flor, na Sapucaí, no ano em que ela sagrou-se campeã. O pior foi o último, quando ele passou na UTI de um hospital, sedado, depois de pegar Covid-19. Aproveitando a história de Edu para lembrar que o vírus nunca paga mico, mas sai em todos os blocos. Se cuidem!

Este post foi escrito por: Britz Lopes

As opiniões emitidas nos textos dos colaboradores não refletem necessariamente, a opinião da revista eletrônica.

2 comentários em "Micos de outros carnavais"

  • Heliane Fernandes Moreira disse:

    Queridaaaaaa, vc sempre arrasando nos textos… deliciaaaaa ler tudo.. gratidão pela lembrança…eu sou o carnaval…rs 🎭🎊🎉

  • Anna Paula Anna Paula disse:

    Nossa , que lembrança boa amiga !! Escrita pela senhora então , fica mais saudosa a lembrança de nós ( eu e o Ze ) chegando com essa fantasia elaboradissima ( a minha feita pelo Ricardo Abraão) e não tinha ninguém fantasiado 😂😂😂😂😂

Deixe uma resposta