sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

Música ajuda no desenvolvimento de bebês prematuros

 

As crianças que nasceram prematuramente têm maior probabilidade de sofrer déficits de atenção ou controle emocional, entre outras coisas. Por quase dez anos, uma equipe apoiada pelo Fundo Nacional de Pesquisa Científica da Suíça (FNPC) vem estudando uma solução original para evitar esses problemas: a música. Os cientistas dos Hospitais Universitários de Genebra expuseram à música vários grupos de bebês nascidos com uma média de 29 semanas. Seu último estudo, publicado na revista Imaging Neuroscience, mostra que a música fortalece a conectividade cerebral em áreas do cérebro normalmente afetadas em bebês prematuros.

 

A última série do programa incluiu 60 bebês prematuros, 32 dos quais foram expostos à música, enquanto 28 serviram como grupo de controle. Nas ressonâncias magnéticas, as melhorias foram visíveis já na 33ª semana de idade, disse o FNPC em um comunicado à imprensa.

 

Os pesquisadores observaram um desenvolvimento melhor das conexões entre determinadas áreas, principalmente na chamada rede de “saliência” do cérebro, que é usada para identificar sons ou outros estímulos e reconhecer sua importância ou relevância socioemocional.

 

As conexões entre duas regiões cerebrais (o córtex insular e o córtex cingulado anterior) estão notavelmente envolvidas na faculdade da saliência. “Crianças nascidas prematuramente quase sempre apresentam conectividade reduzida nessa rede, e essa característica persiste até a idade adulta”, explica Petra Hüppi, responsável pelo programa de pesquisa, citada no comunicado à imprensa.

 

Os pesquisadores usaram amostras musicais de oito minutos para acompanhar cada recém-nascido individualmente, usando fones de ouvido, nos momentos de transição entre o sono e a vigília. O compositor Andreas Vollenweider, de Zurique, criou peças específicas que pontuam o ritmo diário do bebê de forma suave: melodias que os bebês podem aprender a reconhecer.

 

Embora os efeitos da musicoterapia sejam claramente visíveis nas ressonâncias magnéticas, ainda é muito cedo para determinar se a abordagem traz algum benefício a longo prazo. Mas os pesquisadores poderão descobrir mais em breve com a primeira série de pacientes, nascidos em 2016.

 

Essas 20 crianças estão agora completando oito anos, uma idade apropriada para dar outra olhada na atividade cerebral por meio de ressonância magnética e passar por testes cognitivos e comportamentais. O trabalho está em andamento. O fundo de pesquisa conclui que, se os benefícios concretos forem confirmados, a música poderá ser integrada às unidades de terapia intensiva neonatal em todo o mundo.

 

 (Adaptação: Fernando Hirschy)

 

Este post foi escrito por: Britz Lopes

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