terça-feira, 22 de abril de 2025

Num Canto Perdido mostra rotina de família humilde do interior

 

 

Todo filmado em Jaraguá, no interior de Goiás, o curta-metragem Num Canto Perdido estreia nesta terça, 28, na Sala Sesc/Cine Ritz, em Goiânia. Com direção e roteiro da mineira Paula Vandenbussche, responsável pela produção ao lado da goiana Viviane Louise, o filme narra um dia comum de uma família humilde da roça e seus afazeres: acordar, buscar água, fabricar polvilho, alimentar os animais, tirar leite de vacas, brincar e comer pão de queijo em companhia dos vizinhos.

 

Desde o início do projeto a preferência da diretora era por não trabalhar com atores profissionais. “O papel do pai e da mãe foram escolhidos bem intuitivamente. Como eu venho do teatro tenho um olhar bem atento para este aspecto. O único ator profissional do filme é o pai, vivido por Filipe Lima. A mãe é interpretada por Lele Gondin, que é jornalista”, conta Paula.

 

As crianças Maria Vitória Ribeiro Alvares e Ana Júlia Arruda Lobo Munerat foram selecionadas entre os alunos da Escola do Futuro em Artes Basileu França, unidade de Jaraguá. O restante do elenco e a figuração também foram selecionados entre moradores da região.

 

O estilo e a linguagem da narrativa já foram definidos durante a fase de roteiro. “Desde o princípio eu queria um filme que não tivesse muitos diálogos. Gosto de filmes mais poéticos e mais contemplativos”, explica a diretora, acrescentando queo curta, apesar de ser ficção, tem certas características bem próximas do documentário.

 

Encontros

Num Canto Perdido foi rodado na fazenda Bonifácia, em outubro do ano passado. “As filmagens chegaram ao fim sob uma temperatura de38°. Contamos com a participação dos habitantes da região de Jaraguá”, reforça a diretora. A editora de imagem foi a veterana Cristina Amaral, que já trabalhou com cineastas reconhecidos como Carlos Reichenbach.  A fotografia é assinada por Luiz Abramo, cujo currículo inclui filmes dirigidos por cineastas como Ruy Guerra.  A trilha sonora criada por Zeca Baleiro.

 

Num Canto Perdido é um filme poético e ao mesmo tempo chama a atenção para um aspecto muito urgente em nossa realidade. Precisamos proteger todos os cantos perdidos que ainda existem neste mundo globalizado e no qual a natureza é a cada dia mais violentada”, ressalta a cineasta.

 

Jaraguá

Antes da escolha de Jaraguá como cenário, a equipe do curta-metragem já havia visitado vários lugares.  “Jaraguá foi a locação mais próxima do que eu havia imaginado. Já nos primeiros contatos foi ficando bastante evidente que o lugar trazia todos os elementos principais do filme”, recorda-se a diretora.

 

“Fiquei encantada com a maneira como a população recebeu a equipe do filme. Foi tudo muito acolhedor. Gostei muito da cidade e de todas as pessoas com quem tive contato”, salienta Paula, elogiando o empenho da equipe da Escola de Artes Basileu França, Unidade de Jaraguá. Além de integrarem o elenco, alunos da Escola também atuaram como estagiários em funções técnicas. A cineasta adianta que seu próximo projeto, um documentário, também terá Jaraguá como cenário.

 

Qualificação

“Esta experiência da Escola de Artes Basileu França, Unidade de Jaraguá, com os alunos da primeira turma do Curso de Teatro participando do filme Num Canto Perdido, é um marco para a escola”, diz Luciene Lemos, coordenadora pedagógica da EFG em Artes Basileu França – UDEPI Jaraguá. Para ela, a experiência com a realização do filme reforça a certeza da importância da qualificação profissional na área das artes como fundamental.

 

Sobre a diretora:

Paula Vandenbussche é diplomada em Teatro pela Escola de Teatro Martins Pena, no período em que a escola esteve sob a direção de José Wilker. Nos anos 80, participou de trabalhos sob a direção de Alcione Araújo e Antunes Filho. Desde os anos 90 ela trabalha  com produção de festivais de cinema e filmes de curta e longa-metragem, além de promover eventos culturais no Brasil e na França. É curadora de Mostras e Festivais, e membro do Comitê de Seleção de Filmes.

 

Ela produziu e fez a curadoria da Mostra dos Filmes Brasileiros apresentados em Paris no Cinéma Le Latina, durante as comemorações do Centenário do Cinema em 1996. Entre 2002 e 2006  criou, produziu e implantou na França Le Ciné Latino au MK2, um encontro mensal de filmes inéditos da América Latina com a presença dos diretores e debates.

 

Em 2005 criou e produziu o festival Présence et Passé Du CinémaBrésilien, por ocasião do Ano do Brasil na França: BrésilBrésils. Em 2009 produziu o festival Presente e Passado do Cinema Francês, com apresentações de filmes franceses no Brasil em várias cidades brasileiras por ocasião do Ano da França no Brasil. Em 2010 foi co-produtora do longa documentalO Mar de Mário, de Reginaldo Gontijo e Luiz Sulffiat.

 

Em 2012 atuou como Assistente de Produção no média-metragem A Paixão de Planaltina, de Marie Anne Sorba. Em 2016 foi co-produtora do curta de ficção O Túmulo da Velha , de Marcelo Novais Teles. Em 2017 foi co-produtora do longa de ficção L’Exilé, do mesmo diretor, que foi lançado na França em 2018 e vendido para TV ARTE/France, com  participação em festivais nos Estados Unidos e Europa.

 

 

Ficha técnica

 

Num Canto Perdido: Brasil/2025

Direção e roteiro: Paula Vandenbussche

Elenco: Lelê Gondim – mãe

Filipe Lima – pai

As crianças: Maria Vitória Ribeiro Alvares e Ana Júlia Arruda Lobo

Música Original: Zeca Baleiro

Direção de som: Victor Pimenta

Produção executiva: Viviane Louise

Direção de produção:  Viviane Louise

Duração: 15 minutos

 

SERVIÇO

 

Lançamento do curta-metragem Num Canto Perdido

Sessão: 28 de janeiro (terça-feira), às 17h

Entrada: gratuita

Local: Sala SESC/Cine Ritz  (Rua 8, nº 501), Centro, Goiânia

 

Com: Rute Guedes

Este post foi escrito por: Britz Lopes

As opiniões emitidas nos textos dos colaboradores não refletem necessariamente, a opinião da revista eletrônica.

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