Os cretinos humanitários não choram por Israel
Marcio Fernandes – A entrega dos corpos dos quatro israelenses assassinados no cativeiro de Gaza pelo grupo terrorista Hamas é apenas o começo de um espetáculo de horrores que o mundo está a assistir. Infelizmente, ainda são muitos os cadáveres a serem entregues a Israel. Não vi da parte dos colunistas da mídia brasileira engajada uma palavra de condenação ao extermínio de duas crianças, uma sequestrada quando tinha oito meses.
A razão do silêncio é o antissemitismo ostensivo praticado pela mídia tradicional e redes sociais desde o Massacre de 7 de Outubro. No Brasil, além da cretinice espontânea dos que se consideram humanistas unilaterais, corroboram para a disseminação do ódio aos judeus e à Israel várias manifestações do próprio presidente Lula, um antissemita que não sabe rigorosamente do que se trata a palavra, mas a predica como profissão de fé.
Houve dois momentos da opinião pública mundial sobre o Massacre de 7 de Outubro. O primeiro foi de estupefação pelo extermínio de 1,2 mil pessoas em um único dia, mais de 300 sequestros, estupros, vilipêndio a cadáver, entre outros crimes. Naqueles primeiros dias que se sucederam ao terror, nunca visto desde a derrubada das Torres Gêmeas em Nova Iorque no 11 de Setembro de 2001, a reação foi de apoio a Israel. Algo inédito, pois em todos os conflitos de que participou desde a criação do Estado Judeu em 1948, Israel foi tratado como vilão da história e teve de lutar sozinho. Mesmo nos anos 1970, quando a Europa era o palco principal dos atentados terroristas da Organização para Libertação da Palestina, os europeus tinham um lado no conflito que era condenar os judeus.
Tão logo começaram as operações das Forças da Defesa de Israel na Faixa de Gaza, a mesma opinião pública que esboçava comoção pelos mortos e sequestrados no Massacre de 7 de Outubro, se apoderou do argumento humanitário para repudiar as ações militares israelenses. Na ocasião, no Brasil, o presidente Lula provocou um incidente diplomático deplorável ao comparar Gaza ao Holocausto. Foi dada a senha para que quase unanimidade da mídia apagasse do relato o Massacre de 7 de Outubro para contextualizar o conflito apenas nos fatos imediatos da guerra. Vale lembrar que ao invadir Gaza, Israel reagiu ao maior atentado terrorista ocorrido em seu território. A partir daí, traçou os objetivos militares de aniquilar o grupo terrorista Hamas e libertar os reféns, duas postulações legítimas de um estado que teve a sua soberania violada.
Quando se agravou a atual Guerra de Gaza, o que mais se ouvia era comentário sobre as tais razões humanitárias. Havia “ajuda humanitária”, “comboio humanitário”, “corredor humanitário”, “questão humanitária”, “missão humanitária” em uma demonstração máxima da platitude como forma de justificar o antissemitismo. Universidades americanas do maior prestígio foram ocupadas por militantes desqualificados em claras e permanentes manifestações antijudaicas sob o pretexto de apoiar o Estado Palestino. As ruas das mais progressistas cidades europeias, como Amsterdam, foram sede de inúmeras passeatas de único propósito antissemita.
Na conclusão do inquérito da ONU sobre o Massacre de 7 de Outubro e o conflito militar em Gaza é apontado que ambos os lados cometeram crimes de guerra, mas somente Israel cometeu crime contra a humanidade. Trata-se de um conceito cretino de humanidade, pois considera que a dignidade humana possui um valor faccioso. Vale para quem eu me simpatizo e deve ser negado para quem eu odeio. E não adianta me rotular de ultradireita que não cola. Sempre tratei com muita desconfiança e antipatia as manifestações de evangélicos fanáticos com bandeira de Israel em atos do bolsonarismo; e sou tolerante com o seu direito de pintar o cabelo de azul, não depilar a axila, andar com tênis sujo e na prática da linguagem neutra defender o “Estado Palestine”.
O que a esquerda retardada do Brasil não entende é que o Massacre de 7 de Outubro liquidou na sociedade israelense a percepção da possibilidade de paz. A maioria dos massacrados na festa de música eletrônica era de pessoas descoladas, cansadas da guerra e que viam na criação do Estado Palestino uma chance concreta para paz. Eu estive em Israel há três anos e pude perceber a mudança de comportamento construída desde a Primeira Guerra de Gaza, que assisti ao vivo em Sderot, no Sul de Tel Aviv em 2008.
Foi tudo jogado fora e para piorar as coisas o Hamas faz cerimonial de escárnio com a devolução dos corpos de uma mãe, suas duas crianças e um idoso de 83 anos, que era um importante ativista da paz e defensor dos direitos palestinos. Israel não se iludiu com as primeiras manifestações de apoio recebidas depois do atentado terrorista e pela primeira vez na sua história se armou dos meios de comunicação disponíveis para justificar suas ações e combater o antissemitismo. O país sabe que está sozinho e que nenhum cretino humanitário vai derramar uma lágrima pelo povo judeu neste momento de luto.
Marcio Fernandes é jornalista
Foto: Marcio Fernandes, Sderot, 2008
👏👏👏👏👏muito bom Márcio
MÁRCIO , compactuo com cada palavra sua emitida nesse artigo .
Essa situação Israel X Palestinos é um imbróglio sem fim. Quanto mais mexe pior fica. Até porque esses últimos são manipulados por países que são inimigos declarados do estado Judaico (Irã). Junta o fato da briga entre Xiitas e Sunitas (Arábia Saudita X Irá) aí a coisa só piora
Comparto tus palabras Quería recordar cuando buena parte del mundo apoyo la lucha contra el terrorismo después del 11S y la posterior invasión a Afganistán Había un miedo generalizado porque si pasaba en EE.UU podía pasar en cualquier lado Ahora no ???
Muito boa sua colocação. Parabéns