sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Projeto Coletivo Asas produz música a partir de sucata

 

Partindo do princípio de que a música é um forte mecanismo de transformação comportamental e social, a HP Transporte desenvolveu um projeto que une a musicalidade com a oportunidade de se reciclar materiais inservíveis oriundos da sua própria oficina. Assim surgiu o Coletivo Asas, um projeto social que está em sua primeira edição sendo executado no Colégio Municipal Renascer, no bairro Real Conquista, na capital Goiânia.

 

Para dar vida ao projeto, a empresa conta com a parceria estabelecida junto à Criô Projeto e Ação, que foi a responsável por formatar a ideia trazendo para fortalecê-la parceiros importantes que estão há décadas pensando na sustentabilidade associada à música. Para conduzir o trabalho de confecção dos instrumentos musicais com itens inservíveis e oferecer as oficinas de música que ensinam a tocar os instrumentos, foram convidados para o projeto os profissionais do Grupo Vida Seca, que há duas décadas leva a mensagem de que música e consciência ambiental podem perfeitamente caminharem juntas.

 

O Grupo Vida Seca é reconhecido pelo seu trabalho autoral desenvolvido totalmente com instrumentos construídos de sucatas. Com três álbuns gravados e turnês que passaram por Portugal, Argentina e Uruguai, o grupo tem provado em cada apresentação que é possível se fazer música sem recursos necessários para comprar instrumentos; que há música onde menos se imagina, até mesmo naquilo que não se vê mais utilidade.

 

 

Sobre o Coletivo Asas  

Para receber a primeira edição do Projeto Coletivo Asas foi escolhida a Escola Renascer, localizada no bairro Real Conquista, na capital Goiânia. Segundo a diretora Larisse Elaine da Silva Santos, a região é marcada por vários episódios de violência, já tendo ocorrido inclusive tiroteio na porta da escola. A unidade atende quase 900 alunos, do ensino fundamental e da Educação de Jovens e Adultos.

 

Nesta etapa foram selecionados 21 alunos para participarem das oficinas, porém, após as férias escolares de Julho, seis alunos não retornaram devido à mudança para outros bairros. “Essa é uma realidade muito constante aqui. Famílias se mudarem com frequência em busca de um local mais tranquilo para se viver”, esclarece Larisse. Atualmente, o projeto conta com 15 alunos de 10 a 15 anos que se dedicam às oficinas no contraturno das aulas, duas vezes por semana, todas as terças e quintas, das 15h às 17h. Todos os selecionados recebem uma bolsa auxílio paga pelo projeto de R$180,00. “Sabemos que alunos estão ajudando em casa com essa bolsa, outros já planejam comprar algo para si, como uma bicicleta”, conta Larisse.

 

Conforme explica o músico Ricardo Roquetto, integrante do Grupo Vida Seca, na primeira fase do projeto os alunos foram instruídos a construírem os instrumentos, momento esse em que latas de refrigerante viraram chocalhos; foram feitos tamborins de tubo de pvc e pele de garrafa pet; tambores graves feitos com latas de plástico duro e baquetas de cabo de vassoura com ponta de câmara de ar, que ajudam a harmonizar o efeito das batucadas.

 

Passada a parte das oficinas de construção dos instrumentos, os alunos receberam aulas de iniciação musical, onde foram repassados conceitos sobre timbre, intensidade, duração, noções de compasso e visão rítmica. “Atualmente, estamos trabalhando com eles quatro peças musicais para que eles possam mostrar aos amigos e à sociedade tudo que aprenderam. Eles estão se preparando para tocarem uma marcha, um xote, uma ciranda funk e um samba reggae junto com samba afro”, adianta Ricardo Roquetto. As apresentações vão acontecer no mês de Setembro, nos terminais Garavelo e Bandeiras, e contará com a participação dos músicos profissionais do grupo Vida Seca.

 

Com: Maria Antonieta Toledo

Este post foi escrito por: Britz Lopes

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