sábado, 27 de julho de 2024

Reaprender a sorrir custa caro

 

Muitos japoneses que se acostumaram a usar máscaras faciais durante a pandemia de Covid-19 estão se inscrevendo em aulas para ensiná-los a sorrir novamente. Embora as coberturas já fossem comuns no país do leste asiático antes da Covid, com muitos usando-as para se protegerem de doenças sazonais e febre do feno, o hábito disparou quando se tornou orientação oficial do governo mantê-las sempre cobrindo nariz e boca durante o pior do surto.

 

Quase ninguém era visto em público sem máscara, prática que se tornou quase universal após o surgimento do vírus, há mais de três anos. Com o governo finalmente suspendendo sua recomendação de usar máscara, em março, muitos adolescentes e jovens notaram a dificuldade em simplesmente sorrir. A estudante Ymawari Yoshida estava entre aqueles que perceberam que haviam se esquecido de como viver a vida sem a proteção. “Eu praticamente não usei os meus músculos faciais durante a Covid”, disse a jovem de 20 anos.

 

Ela agora contratou os serviços de um instrutor de sorriso e acredita que o exercício vai ajudá-la a se preparar para entrar no mercado de trabalho do Japão. Yoshida e seus colegas de classe estão sendo treinados por Keiko Kawano, que em um exercício os faz segurar espelhos em seus rostos, esticando os lados de suas bocas com os dedos. Kawano afirma já ter ensinado mais de quatro mil pessoas a reaprender a sorrir nos últimos meses.

 

As técnicas desta treinadora também ficaram conhecidas depois de uma apresentadora de televisão japonesa ter publicado um vídeo no Twitter onde mostrava alguns dos exercícios. Quem se inscreveu para reaprender a sorrir talvez chore na hora da conta: cada sessão, de 90 minutos, custa 540 euros, sem contar com o seguro de 597 euros.

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Este post foi escrito por: Britz Lopes

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