Saudades de Jorge, o Amado
Luiz Gravatá — Mestre Jorge Amado teria feito 110 anos esta semana – mais precisamente dia 10 de agosto. Jorge foi uma das figuras mais generosas e extraordinárias que tive o privilégio de conhecer em toda minha vida. Muitas, muitas saudades dele, de Zélia, de James, de Calá, de Auta Rosa, de Mizette, de Luiz Carlos e tantos que se foram. Jorge como eu, era grapiúna; nasceu numa fazenda, a Auricídia, na época município de Ilhéus. Eu também nasci em Itabuna, na Bahia.
Zélia e eu – que saudades dessa querida amiga – nascemos em um 2 de julho, festa magna da Boa Terra, a Bahia. De onde estávamos nessa data, nos comunicávamos por voz ou por escrita. Eu me lembro de ter recebido um fax deles quando fiz, há 30 anos, meu cinquentenário. Enviado sabem de onde? Acreditem: de um navio no meio do Adriático, rumo a Istambul. Eles não esqueciam. Noutro dia abri uma gaveta e encontrei dezenas e dezenas de cartões deles, de tantas partes do mundo, sempre com o carinhoso “Querido Capitão” (ele me colocou em dois de seus livros como o Capitão Gravatá). Pois é, assim eram eles, carinhosos, tão amigos. Parece que foi ontem quando nos conhecemos há 44 anos em Goiânia. Foi em Goiás, nessa época, que eles conheceram minha também saudosa amiga Anninha Bretas, a Cora Carolina. Mas isto é uma outra história, depois eu conto.
Um beijo para os que partiram e para todos de meu bem querer daqui: Paloma, João Jorge, Dôra, Jana e toda a geração dos meus sobrinhos da amada Família Amado.
Essa foto é de há muito tempo: Mestre Jorge aqui no cafofo.
A gravação abaixo, encontrei noutro dia em uma fita de secretária eletrônica (chamava-se, no meu tempo assim, pois não?). Mostra como era o bom espírito do nosso querido e saudoso aniversariante. Nem precisa dizer que correram-me lágrimas às bagadas e abri o berreiro.
Copiem o link para ouvir a mensagem de Mestre Jorge:
www.gravata.com/geral/1JAmado.mp3
Post escrito pelo jornalista Luiz Gravatá