segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Seria Al Pacino um azarão?

 

Al Pacino é considerado um dos melhores atores de sua geração e unanimidade quando se trata de seu papel como Michael Coleone da trilogia O Poderoso Chefão – citada como uma das mais perfeitas performances cinematográficas de todos os tempos. Mas há quem diga que ele é um cavalo azarão, já que sempre interpreta a si mesmo.

 

Alfredo James Pacino nasceu em 1940, em East Harlem, Nova York. Os pais eram de Messina e os avós maternos de Corleone, na Sicília. Aos seis anos, Al (como gostava desde pequeno de ser chamado pelos amigos) já passava todo o tempo encenando os personagens que via nos filmes – adorava falar sozinho. Quando adolescente, no Bronx, entrava em brigas e era considerado encrenqueiro na escola; começou a fumar aos 9 anos e logo passou a beber. Fugia de casa por pura aventura.

 

A carreira começou aos 14 anos no teatro itinerante do Bronx. Logo, o interesse do pirralho de rua pelo teatro virou assunto sério. Daí Pacino atuou em peças de teatro no subsolo de Nova York, até que, aos 19 anos, onde se juntou ao HB Studio. De lá para a Broadway e de Hollywood foi um pulinho. Tempos depois ele perdeu a mãe, estava em dificuldades financeiras e se entregou a bebida; chegou a pensar em suicídio.

 

O ator confessou que chegou a ser garoto de programa: “uma mulher mais velha me dava alimentação e moradia em troca de sexo. Algumas vezes, quando eu acordava de manhã, me odiava um pouco”, confessou.

 

Ele acabou se recuperando depois de morar com outro ator em dificuldades, Martin Sheen. Os dois fizeram biscates até começarem alavancar a carreira. Em pouco tempo, ambos se tornaram nomes conhecidos. Em 1967 Pacino passou uma temporada atuando em Awake and Sing!, de Clifford Odets. Este foi o primeiro grande salário de Pacino, incríveis US$ 125 por semana.  Em 1968, estrelou The Indian Wants the Bronx, interpretando um punk de rua chamado Murph. Pacino ganhou um prêmio Obie de Melhor Ator. É quando Martin Bregman se torna seu empresário e o encoraja a aceitar papéis em The Godfather e Dog Day Afternoon.

 

Depois de seu sucesso no palco, Pacino fez sua estréia no cinema com uma breve aparição em Me, Natalie, um filme independente estrelado por Patty Duke. Em 1970, Pacino assinou com a agência de talentos Creative Management Associates e logo, Hollywood acenou.  O papel de Pacino como viciado em heroína no filme de 1971, The Panic in Needle Park, chamou a atenção do jovem ator para o diretor Francis Ford Coppola, que o escalou em O Poderoso Chefão (1972).

 

Mas, sabia que Jack Nicholson, Robert Redford, Warren Beatty e um ator pouco conhecido e promissor chamado Robert De Niro também fizeram o teste para o papel de Michael Corleone? Coppola selecionou Pacino, para desespero dos executivos do estúdio que queriam um rosto mais conhecido. Mas sua atuação intensa e explosiva calou a boca de todos e lhe rendeu uma indicação ao Oscar… mas não na categoria que ele queria!

 

Pacino boicotou a cerimônia do Oscar, insultado por ter sido indicado como Melhor Ator Coadjuvante, pois tinha mais tempo de tela do que seu co-estrela, Marlon Brando… que acabou ganhando o Oscar de Melhor Ator. Pacino ganhou US $ 35.000 por interpretar Michael Corleone, mas afirmou que realmente devia dinheiro ao estúdio depois que as filmagens terminaram e ele nem chegou a ficar com a grana.

 

Em 1973, Pacino co-estrelou Espantalho, com Gene Hackman, e o filme ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes. Nesse mesmo ano, Pacino foi indicado ao Oscar de Melhor Ator depois de estrelar em Serpico, baseado na história real do policial de Nova York Frank Serpico, que se disfarçou para expor a corrupção de colegas policiais. Em 1974, reprisou seu papel como Michael Corleone em O Poderoso Chefão II, a primeira sequência a ganhar o Oscar de Melhor Filme. Desta vez, Pacino foi indicado ao Oscar na categoria que queria. Esta segunda indicação por sua interpretação do papel de Corleone na categoria principal.

 

De lá pra cá foram dezenas de filmes e o Oscar de Melhor Ator por Perfume de Mulher (1992), além de dois Emmys da Televisão, dois Tonys do Teatro e cinco Globos de Ouro por diversos trabalhos importantes. O ator também já recebeu diversas indicações ao Oscar de Melhor Ator e Melhor Ator Coadjuvante.

 

Se você simplesmente não se cansa de Pacino, você pode vê-lo na série da Amazon Prime, Hunters – produzida pelo diretor Jordan Peele. A história segue um grupo diversificado de caçadores de nazistas que vivem em Nova York em 1977 e descobrem que criminosos de guerra nazistas estão conspirando para criar um Quarto Reich na América. Será que seria mesmo ele um cavalo azarão ou um ator com capacidade de assumir intensamente várias personalidades?

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Este post foi escrito por: Britz Lopes

As opiniões emitidas nos textos dos colaboradores não refletem necessariamente, a opinião da revista eletrônica.

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